domingo, novembro 30, 2008

Escalada

Fui com um grupo de pessoas da empresa a uma sala de escalada. Já tinha experimentado escalar no exterior, durante uma caminhada em Namur (e durante muitas horas com o meu primo na Madeira) mas nunca tinha experimentado escalar no interior. Foi porreiro até ao momento em que tive a minha primeira cãibra no braço esquerdo, realmente é uma actividade que puxa muito pelo corpo. Além de escalar tivemos direito a uma aventura no cubo (foto acima) onde a dada altura estamos na horizontal e é suposto continuarmos como o Homem-Aranha debaixo de uma ponte. Uma vez no topo do cubo saltamos como o Tarzan. Bem, não exactamente como o Tarzan, a corda está bem presa ao nosso cinto e depois saltamos. Gritei "weeeeee" quando saltei, fui a única. A última actividade foi uma iniciação à espeologia. Claro que não foi numa gruta verdadeira mas já deu para ficar com vontade de fazer mais. Basicamente entrei em tuneís rectangulares e triangulares alguns tão apertados que acabei em posições estranhas e a empurrar-me com pés, rabo e ponta dos dedos. Por vezes ao sair de um túnel de cabeça para a frente tinha de achar uma posição para me virar e descer com os pés visto haver um escorrega ou um buraco que obrigava a escalar a descida. Havia também um túnel feito de cordas (nada estável) onde tive de esperar até ao meu colega da frente conseguir sair de uma descida, ele prometeu emagrecer. Estou a prever comprar um cartão de 10 visitas à sala e usar todas as visitas até partir para a Tailândia.

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Festa química

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sexta-feira, novembro 28, 2008

Leitura premiada

Não costumo seguir prémios e afins, contudo este ano graças ao Bibliotecário de Babel segui mais ou menos os prémios Man Booker e o Goncourt. O Bibliotecário de Babel tentou ler os finalistas todos e dar a sua opinião antes do anúncio do vencedor. Dos seis finalistas ficou pela página 180 do sexto livro, o que na minha opinião é muito impressionante. (pouco depois fez o mesmo para o prémio Goncourt)Mas como estava a dizer, não costumo comprar livros por causa de prémios, mas admito que é uma forma interessante de um livro ou escritor ficar conhecido. Só soube da existência do The White Tiger quando a lista de finalistas foi anunciada e a livraria inglesa ao pé do meu trabalho fez um destaque. Fiquei curiosa para folhear o derrotado A Fraction of the Whole, de Steve Toltz mas como hoje não o encontrei começo pelo vencedor. Os outros não me chamaram. Quem sabe mais para a frente. Afinal de contas tive o Naif. Super. na minha prateleira dois anos até me decidir a lê-lo e devorei-o em três dias. Isto com os livros nunca se sabe. Também comprei o The Stone Gods de Jeanette Winterson e o Revolutionary Road de Richard Yates (que espero ler antes de o filme estreiar). Encomendei o Apollo's song do grande Tezuka e o Jupiter's travels de Ted Simon. Numa altura em que me preparo para mudar de país devia ter mais juízo e pensar nas minhas costas a carregarem caixas repletas de livros mas enfim...

Quanto ao The White Tiger ainda não sei muito, ainda só vou na página 30. O protagonista, um empresário indiano, escreve ao primeiro-ministro chinês e conta-lhe a sua história. Como ponto de partida usa um poster usado para o descrever e às suas origens. Parece ser um poster de "procura-se criminoso". Em pequenos detalhes menciona aqui e ali os contrastes indianos: rico e pobre, mau e bom, grande e pequeno etc

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quinta-feira, novembro 27, 2008

leitura indiana

Li-o há duas semanas mas esqueci-me de mencionar. Em contrapartida escrevi imenso sobre o livro no blog inglês. Este fim de semana termino tudo e dou-vos a morada.

Quem quiser saber como foi na Índia, só tem de ler os primeiros capítulos de Holy Cow! e lembrar-se que não sofri tanto como a autora.

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quarta-feira, novembro 26, 2008

Quarta-feira em Bruxelas - teatros

Teatro francófono. La monnaie, Place de la Monnaie – 1000 Bruxelas. À hora de almoço na Place Monnaie. Observam o teatro simpático (o edifício feio ao lado é uma biblioteca, podem ir lá espreitar também) mas sobretudo olham em volta e observam as pessoas na hora de almoço. Claro que podem visitar o teatro, ver uma peça, assistir a um concerto mas sobretudo aproveitem para observar as pessoas. Há pessoas de todo o lado, é muito giro. Ao lado de um quiosque há uma casa que vende gauffres/waffles e faz panquecas/crêpes com nutella. Nham. La monnaie.

Teatro flamengo. KVS (tradução: Teatro Real Flamengo). Lakenstraat(rue de laeken) 146, 1000 Bruxelas. Os dois teatros não ficam muito longe mas o francófono fica melhor situado. Contudo, o flamengo tem um bar e um café muito porreiros. Em vez de voltarem para o hotel ou para casa vejam se não há bilhetes para uma performance nessa noite, declamações no bar etc Recomendo que falem inglês. KVS.

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Como é que se diz connard em português?

O meu chefe, que eu considerei amigo até bem pouco tempo informou-me há cerca de uma hora e meia que quando me ajuda com coisas da empresa, por exemplo, explicar-me o que é formação x ou qual é a função y da pessoa n, ou então liga aos seus contactos para obter respostas que eu não tenho que isso faz parte do seu trabalho e que na verdade não tem a ver com o facto de sermos amigos. Ou seja, em troca dessas coisas que eu achava normais ele quer que eu fique mais tempo no escritório. Eu não sabia que as coisas estavam ligadas, sou parva e ingénua. Mas enfim, ao menos aprendi antes de me ir embora. E claro que não vou ficar mais tempo no escritório a mês e meio de ir embora.

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terça-feira, novembro 25, 2008

Leitura nórdica

«A minha vida tem sido estranha nos últimos tempos. Chegou a um ponto em que perdi o interesse por tudo.» Naif. Super., Erlend Loe, P.13
Aos vinte e cinco anos o protagonista tem uma crise existencial. Acabou o curso e não sabe o que fazer a seguir. Perde um jogo com o irmão e desata a chorar. Durante dois meses fica sozinho na casa do irmão a fazer listas, a enviar faxes a um amigo distante, a andar de bicicleta, a construir castelos de areia com o filho de um vizinho, a ler partes de um livro sobre o tempo e a martelar numa tábua de martelar. Sabe que em tempos teve entusiasmo pelas coisas, por alguma coisa. E apesar do tema o livro não parece ter limites para as piadas e comentários irónicos.
Este livrinho cheio de ironia e sarcasmo deve muito ao Catcher in the rye. Para quem acha que a literatura norueguesa é toda séria e importante como o Knut Hamsen, talvez este (tradução portuguesa disponível) livro não seja uma má introdução.

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segunda-feira, novembro 24, 2008

Como vender um carro às mulheres

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domingo, novembro 23, 2008

Adoro o frio

Outros exemplares da BD fim do mundo: aqui.aqui. e aqui.

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sábado, novembro 22, 2008

O inverno chegou cedo a Bruxelas

Neste exacto momento está a nevar em Bruxelas. Normalmente neva em Janeiro em anos maus. Não estou propriamente contente. Parto dia 1 de Fevereiro para a Tailândia e devo ter um choque com a diferença de temperaturas. O último choque (da Índia para a Finlândia) ofereceu-me uma gripe...

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Gato fedorento legendado: stinky cat!

Gosto tanto disto que lá descobri como pôr legendas, se conhecerem algum "bife" já podem partilhar.

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quinta-feira, novembro 20, 2008

Anita/ Martine

Mais aqui.

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quarta-feira, novembro 19, 2008

Novidades (para alguns)

Decidi demitir-me, sair deste emprego aborrecido e ir um ano para a Tailândia. Não, não estou a brincar. Isto não foi decidido de um dia para o outro mas quis esperar até esta tudo certo antes de anunciar publicamente.

Para o leitor não muda muita coisa, as minhas aventuras continuarão mas na Tailândia. Contudo devido ao número de estrangeiros que se infiltraram na minha vida as aventuras na Ásia serão em inglês. O blog inglês está quase pronto, mostro-o daqui a dias. Ainda não sei se este continua ou não, que dizem, querem os dois?

Ah, o que vou fazer para a Tailândia além de inveja? Vou trabalhar num orfanato e com refugiados birmaneses. Vou também aproveitar para viajar pela zona o mais possível.

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Quarta-feira em Bruxelas

Para compensar a ausência do "quarta-feira em Bruxelas" decidi acompanhar-vos numa avenida inteira. A boulevard Anspach/Anspachlaan é um dos casos insólitos de Bruxelas. O meu passeio começa na zona conhecida como Rogier (estação de metro com o mesmo nome e perto da estação de comboios Gare du Nord, Brussel-Noord), é a chamada zona dos negócios, devido à enorme quantidade de edifícios bancários e espelhados. Além da zona de negócios há um centro comercial com a Fnac e o MediaMarket (e a minha segunda loja preferida Nature & Découvertes), a Rue Neuve/Nieuwstraat (onde a malta "in" e/ou jovem compra roupa) e muitos restaurantes e museus escondidos. Prontos? Aqui vamos: De Rogier vão para a Boulevard Anspach/Anspachlaan e vão poder um belo microcosmos deste país. Logo no início há as sex-shops:Foi nesta zona que comprei o famoso chicote. De um lado da rua há cerca de dez lojas destas, variando o público-alvo. Uma aposta em peep-shows , outra em dvds, outra tem sempre promoções (pague 2 leve 3) e depois há uma ou outra mais chiques. Do outro lado da rua mas mais espalhado há umas cinco. A seguir à zona sex-shops e mesmo antes da livraria Waterstone's há a minha lojinha de estimação. A Disc Sold é uma loja de cds, dvds, vinis e bds em segunda mão. Não é possível calcular a quantidade de cds que comprei aqui. A secção de vinyl é uma viagem no tempo com uma jukebox invejável e um gira-disco disponível para escuta. Cada semana há uma montra temática diferente, por duas vezes perdi parte da minha kebab por estar espantada a olhar para a montra (da primeira vez o tema era "azul" e todas as capas de albuns e de livros era azuis, uma visão fantástica).Não hesitei um segundo entre tirar esta foto ou uma à da montra da Waterstone's. Uma verdadeira loja de cowboys em Bruxelas? Ah, pois é... Podem comprar botas, chapéus, selas... e também informar-se sobre a data e localização do próximo rodeo (a sério). Um pouco depois há uma loja de armas chamada Armabel. De espadas samurais a vários tipos de pistolas e espingardas.Uma das partes mais conhecidas desta avenida, e das mais chiques, é a Passage du Nord. Uma "rua/galeria" de 1881. Há mais exemplos deste tipo de galerias e arquitectura em Bruxelas, esta, por estar onde está, deve ser a que tem mais visitantes. Além da galeria há os dois edifícios geminados com o musée du nord. Nas galerias há roupa à venda, chocolates belgas, facas, chá, um cabeleireiro e muito mais! Ao lado desde centro de cultura e história há um casino, alguns restaurantes que não recomendo e já estão a meio da Boulevard, estão na praça De Brouckere. Esta praça (metro De Brouckere) é também um pouco estranha(o edifício espelhado é em Rogier). Há cinemas, restaurantes e de vez em quando colocam um palco em frente ao edifício com o anúncio "coca-cola" e há concertos. Do lado do cinema há o único restaurante que recomendo o Cheesecake café. Tem hamburgers caseiros e um pouco de tudo. Em frente ao cinema há o Café Metropole e a sua-nunca-vazia-esplanada. O interior do café merece uma visita. Continuam sempre em frente pela Boulevard e ignoram os três ou quatro edifícios comunistas feios. E param na esquina do Le grand café. Em qualquer altura do ano há sempre uns malucos sentados na esplanada, eu, como sou uma grande maricas, fico sempre dentro. Ao lado do Le grand Café há o edício da bolsa. Com sorte apanham uma manif! Continuando pela última parte da boulevard há muitas lojas de BDs, a Ancienne Belgique - uma sala de concertos com uma acústica incrível- um teatro, um bar cubano e alguns Irish pubs. Nas traseiras da Bourse fica o centro histórico e a Grand-Place/Grote Markt. Um pouco depois do fim da Boulevard fica a zona muçulmana, já me aconteceu passar por lá à noite e ser a única rapariga na rua mas se gostam de mercados e lojinhas turcas é uma zona porreira. Quão grande é a zona? Bem, digamos que o nome mais usado para rapazes em Bruxelas é Mohamed.

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terça-feira, novembro 18, 2008

As crianças nos transportes públicos

Fazem-me não querer ter filhos. Nunca.

segunda-feira, novembro 17, 2008

Não devia ir à internet durante o expediente

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covers tão boas que esquecemos que são covers

Um colega meu disse em voz alta e em frente a testemunhas que não se devia fazer versões de músicas, covers ou qualquer coisa parecida. Porquê? Porque são sempre más. Acho sinceramente que baralhou remakes de filmes com covers. Apresentei-lhe uma série de músicas cujas versões são melhores que o original mas naturalmente a maioria só me ocorreu em casa. Portanto vão ter de levar com o meu Top20 de covers tão boas que esquecemos que a versão original existiu. A base para este top foram versões de músicas que normalmente as pessoas não sabem que é uma versão, ou que é tão boa que eu pessoalmente já nem oiço a versão original. Sempre que possível deixo à disposição as duas versões. (Quando o Youtube não me ajudou usei o meu arquivo pessoal). P.S. Há muito mais versões fantásticas por esse mundo fora, o Elvis especializou-se em versões e a Cat Power tem centenas...). 20 - Alien Ant Farm - "Smooth criminal" - original de Michael Jackson.

19- Kt Tunstall - "I want you back" - original de Jackson 5.

18- The Hollies - "The air that I breathe" - original de Albert Hammond.

17 - The Byrds - "Turn, turn, turn" - original de Pete Seeger (e da Bíblia).

16 -Faith no more - "Easy" - original de Commodores.

15 -Nirvana - "The man who sold the world" - original de David Bowie.

14 -Sinead O'Connor - "Nothing compares 2 u" - original de Prince.

13 - Feist - "inside out" - original dos Bee Gees.

12 -The Doors - "Alabama song" - original de Kurt Weill e Bertolt Brecht.

11 - Ike & Tina Turner - "Proud Mary" - original de Creedence Clearwater Revival.

10 - Joe Cocker - "With a little help from my friends" - original de The Beatles.

9 - Harry Connick Jr - "For once in my life" - original de Ron Miller, versão Motown mais popular até hoje de Stevie Wonder.

8 - Jeff Buckley - "Hallelujah" - original de Leonard Cohen.

7- Ben Sollee - "A change is gonna come" - original de Sam Cooke.

6 - Cat Power - "Sea of love" - original de Phil Phillips.

5 - Johnny Cash - "Hurt" - original de Nine Inch Nails.

4 - Elvis Presley - "Hound dog" - original de

Jerry Leiber and Mike Stoller, Willie Mae "Big Mama" Thornton.

3 - Aretha Franklin - "Respect" - original de Otis Redding.

2 - Cat Power - "I found a reason" - original de Velvet Underground.

1 - Jimi Hendrix - "All along the Watchtower" - original de Bob Dylan.

Agora se não se importam vou enviar isto ao meu colega...

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domingo, novembro 16, 2008

Tervuren I

A 40 minutos do centro de Bruxelas fica a vila de Tervuren, é conhecida pelo lago e jardins enormes, pelo museu de arte africana e por ser a vila mais UE (quase todos os "big shots" da comissão e do parlamento e alguns embaixadores vivem aqui). Podem apanhar o eléctrico 44 em vários pontos de Bruxelas e 30 ou 40 minutos depois podem visitar um dos primeiros museus belgas e o seu jardim ou visitar o lago de Tervuren (ambos os jardins estão ligados em algumas partes). Sugiro uma bicicleta ou sapatos confortavéis pois só o lago estende-se por seis ou sete km... Mas o que gosto mesmo, mesmo em Tervuren é a rotunda. A sério. Ora vejam: Não são lindos?

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sábado, novembro 15, 2008

Poça

". . . imagine a puddle waking up one morning and thinking, 'This is an interesting world I find myself in, an interesting hole I find myself in, fits me rather neatly, doesn't it? In fact it fits me staggeringly well, must have been made to have me in it!' This is such a powerful idea that as the sun rises in the sky and the air heats up and as, gradually, the puddle gets smaller and smaller, it's still frantically hanging on to the notion that everything's going to be alright, because this world was meant to have him in it, was built to have him in it; so the moment he disappears catches him rather by surprise. I think this may be something we need to be on the watch out for." Douglas Adams.

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sexta-feira, novembro 14, 2008

Dia mundial da diabetes

Por mero acaso descobri que a diabetes já mata mais do que a SIDA. São números impressionantes. É uma doença sacana mas com a qual se consegue viver. Evitar uma vida sedentária, comer frutas e legumes evita o tipo 2 por exemplo. Prestar atenção aos sintomas ajuda muito. Não vou aqui dar sermões a ninguém mas cresci com uma prima que ficou cega devido à diabetes e sei muito bem que esta doença não é apenas umas injecções de vez em quando, não a ter de todo é preferível, claro, mas saber desde muito cedo ajuda a ter uma vida normal e a evitar casos sérios.

http://www.worlddiabetesday.org/

Concerto Son of Dave

Oficialmente o concerto mais divertido que já assisti. Nem 30 pessoas presentes para encher a sala, não posso dizer que esteja surpreendida, o senhor não é muito conhecido (já falei nele.). Fiquei um pouco preocupada porque estava a prever um público tímido e uma noite difícil para o músico. Mas logo às primeiras notas estava a sorrir e a dançar um pouco. Paguei caro, naturalmente, chamou-me para ir ao palco. Enquanto pensava "não é comigo, está a chamar outra pessoa" a Leen deu-me um valente empurrão. Subi e fui até aos bastidores, deixando os outros 29 espectadores confusos e a olhar para um palco vazio. Ofereceu-me uma garrafa de vinho branco, um copo e trouxe uma mesa e duas cadeiras para o palco, colocou tudo à nossa disposição em frente ao palco mas só nós os dois bebíamos vinho (tive de subir ao palco mais duas vezes para o servir) enquanto todos os outros nos observavam. E... a partir daí passei a ser parte integral do espectáculo... ora recebendo uma garrafinha com areia dentro para agitar (ao ritmo da música, lá está), noutra canção recebi uma pandeireta, depois um daqueles apitinhos/cornetas de carnaval (que tive de soprar durante toda uma actuação musical/teatral) e por fim uma harmónica para bater contra o vidro da garrafa de vinho. O concerto foi impressionante, quem gosta de blues e/ou do som de uma harmónica não pode perder este carequita maluco. Por seis euros apenas tive uma noite muito bem passada, um afego ao ouvido musical e vinho! Na última canção enquanto assobiávamos (aqueles no público com o dom do assobio), batíamos palmas e abanávamos ancas Son of Dave saltou para cima da cadeira e entre gritos e sopros para a harmónica fez-me sentir pena de não ter vivido na altura do speakeasy, onde poderia ir a bares à socapa. Son of Dave passa por Portugal em Dezembro:

12 déc. 2008 20:00
Centro Cultural Vila Flor Guimarães
13 déc. 2008 20:00
Teatro Virgínia Torres Novas
Tenho a certeza que não será caro e que valerá a pena.

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quinta-feira, novembro 13, 2008

Especial Banda Desenhada - parte 6 - dose dupla

Nem sei como é que deixei passar tanto tempo desde o meu último especial... Espero compensar o desleixo nos próximos tempos. Hoje o especial é dedicado a artistas com duas ou mais obras que adoro e eu não soube escolher só um para o especial. O especial contém igualmente três grandes mestres cujo trabalho marcou e mudou a história da BD.

Buddha, Osamu Tezuka. (8 volumes). Não deixem que o tamanho desta obra épica vos assuste, vale cada página. Tezuka é tão importante para a história das mangas e da banda desenhada como o Walt Disney é importante na história da animação. Trouxe características "manga" como os olhos enormes e as expressões de espanto para uma história supostamente sisuda como a vida de Buddha e influenciou entre outros Stanley Kubrick e Maurício de Sousa (sim, o da Mônica). Buddha é uma obra inesperada e surpreendente, mostra ao mesmo tempo o crescimento e desenvolvimento da vida e santidade de Buddha ao mesmo tempo que relata a violência e a sexualidade de outras personagens. Há muitos ângulos inesperados (para uma BD) e no fim ficamos com a ideia de que vimos um filme, um biopic da vida de Buddha e de personagens contemporâneas fictícias. É uma excelenente forma de mostrar o budismo e a sua doctrina pondo-a em contexto sendo ao mesmo tempo uma BD que custa a parar de ler. Para fãs de: Budismo ou curiosos, Astro-Boy, de mangas (embora este se leia na ordem ocidental), da série Tom Sawyer de Miyazaki.

A Contract with God e New York, Will Eisner. Um preferido pessoal. Tenho adiado falar nesta obra por achar que merecia mais destaque mas o tempo foi escasso. Will Einer foi mais importante do que eu sei explicar, hoje há os prémios Will Eisner nos Estados Unidos, os Oscars da BD. A contract with God foi uma das primeiras graphic novels, romance gráfico. Sem este livrinho muita BD de hoje em dia não existiria. Houve graphic novels antes mas nenhuma desta qualidade. É uma colecção de contos cuja acção se desenrola no mesmo bairro, a maioria dos habitantes são judeus emigrados nos Estados Unidos e entre os seus problemas pessoais a BD lida com a sua integração na sociedade americana e com as dificuldades das gerações seguintes. O desenho é muito realista embora em momentos de crises as personagens se tornem caricaturas delas mesmas ou se encolham ou afundam de formas pouco naturais que fazem o leitor querer dar-lhes um abraço. New york é uma antologia de vários volumes sobre a vida na grande cidade, sobre New York, desenhos de pessoas com demasiada pressa para viver, da vida dura de um emigrante no pós-guerra etc O volume Invisible people por exemplo lembrou-me de quando cheguei a Lisboa pela primeira vez. Dois dias depois tinha comprado quase toda a obra de Eisner. Para fãs de: Dostoevsky, Craig Armstrong, Maus: A survivor's tale, Kurt Vonnegut, Michael Chabon, José Carlos Fernandes.

Fraise et chocolat (2 volumes) e Je ne verrai pas Okinawa, Aurélia Aurita. Fraise et chocolat é quase um clássico de culto francês, facto que me manteve afastada do livro durante dois anos, até que recentemente descobri o Je ne verrai pas Okinawa... Aurita desenha com lápis fino de uma forma tão corriqueira que por um momento pensamos ser fácil desenhar. Tem o dom de fazer com que cada página pareça ter sido desenhada no autocarro, mas quando olhamos uma segunda vez apercebemo-nos que aquilo deve ter dado imenso trabalho. Fraise et chocolat relata as aventuras amorosas e sexuais de um casal francês no Japão. Os detalhes sexuais são muito explícitos e cómicos, não há detalhes Hollywoodescos de como tudo é perfeito à luz das velas e o primeiro volume é talvez a melhor descrição dos primeiros meses de uma relação sexual que já vi. O segundo volume acompanha uma relação mais madura mas ainda muito sexual assim como uma tournée BD e outros detalhes culturais do Japão. Os livros têm um sentido de humor muito apetitoso. Je ne verrai pas Okinawa é quase todo passado no aeroporto de Tokyo e ilustra de forma genial as dificuldades burocráticas de entrar num dos países mais fechados do mundo, o Japão. Apesar da autora ter dinheiro, de receber direitos de autor e de não ser uma ameaça para os trabalhadores japoneses as autoridades proibem-na de ficar os três meses que o visto permitia. Aurita tinha planeado visitar Okinawa nessa visita... É um relato dos tempos em que vivemos. Podem ver páginas de amostra aqui. Para fãs de: Small Favors, Milo Manara, nouvelle manga, Anais Nin, Tatsumi.

Elle(s) e Hollywood San (com Michael Sanlaville), Bastien Vives. Se algum dia fizer um especial sobre BDs para jovens este "miúdo" terá lugar de destaque. Digo miúdo porque é mais novo do que eu, o estúpido. Elle(s) segue um jovem de 26 anos que sem saber bem como, vê-se no meio de duas jovens de dezoito anos e das suas aventuras, desventuras e dos seus namorados também. Há sms, festas, cinema, amizades...Quem acha que está desligado das novas gerações pode aproveitar a leitura fácil. Hollywood Jan relata a história de um adolescente franzino, Jan (/ian/), que sofre como muitos de nós sofremos no liceu. Há rufias, professores arrogantes, colegas cruéis e o Jan sente-se invisível. E ainda por cima uma das professoras é amiga da mãe (também me aconteceu...) Para o ajudar há (I kid you not) o Arnold Schwarzenegger, o Sylvester Stalone e o Russell Crowe. Com a sua imaginação mortal e sedutora, o jovem Jan ora imagina conversas com os miúdos populares ora o Arnold a matar o pessoal todo. Mas e aquele hábito de pensar em voz alta?... Para fãs de: Wonder Years, Coupling, Le combat ordinaire. Parece-me especialmente indicado para leitores jovens (quer de idade ou mentalmente).

Abandon the old in Tokio, The push man e Good-bye, Yoshihiro Tatsumi - Já cá falei no senhor mas as únicas três obras traduzidas merecem mais destaque. Exactamente, o grande mestre japonês só tem três obras traduzidas no ocidente. É uma vergonha. Se há obra que nos faz abrir os olhos e apercebermo-nos que o Japão é um país longe dos estereótipos, com problemas como o nosso, com pessoas traumatizadas com o pós-guerra, com pessoas deprimidas, com gente que não gosta do trabalho, com filhos que não querem ser responsáveis pelos pais, com mulheres chatas, com homens ansiosos por ver pornografia num país altamente censurado, pessoas à beira de um esgotamento porque a vida não é nada do que tinham sonhado quando era novos etc são estes livrinhos. Qualquer história de Tatsumi permite-nos ao mesmo tempo sentir pena dos japoneses, desdém por personagens humanas (mas) cruéis, permite-nos descortinar um pouco as pressões de uma sociedade com uma hierarquia muito complicada e antever muitos esgotamentos. Temos sempre a sensação que estamos a desvendar um segredo muito bem guardado, que o Japão não são só gueixas, samurais, templos e ordem... Para fãs de:Dostoevsky, Aki Shimazaki, Osamu Tezuka, Coco Wang, Orhan Pamuk,para ver o Japão com outros olhos.

Où le regard ne porte pas...(2 volumes), George Abolin e Olivier Pont. Em 1906 a família de William troca Londres por uma vila italiana, os italianos não ficam muito satisfeitos e há uma tensão no ar. Mas para quatro miúdos de dez anos, isso não tem importância. Entre as aventuras dos petizes e as confusões dos adultos há sonhos, memórias de outros tempos, as crianças parecem lembrar-se todas dos mesmos acontecimentos. De outra vida? O segundo volume passa-se vinte anos depois, há vinte anos que os quatro protagonistas não se viam, há o matar saudades habitual, um ajustar de contas e uma viagem à Costa Rica para procurar o quarto rapaz. Entretanto os sonhos, visões são cada vez mais fortes e parecem ser pistas para o paradeiro do rapaz. Para fãs de: mistérios, Brian Weiss, BDs de época.

Especiais anteriores: Especial 5. Especial 4. Especial 4.5. Especial 3. Especial 2. Especial 1.

Especial BD online 1 e 2.

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terça-feira, novembro 11, 2008

Abadia de Stavelot pt 2 - Coo

Coo é uma vila vizinha de Stavelot, além do nome engraçado tem muito que se veja. Mesmo no inverno podem alugar bicicletas, kayaks, fazer caminhadas etc Há também duas quedas de água (uma pequena e uma pequenina): Ma, para mim, o melhor que Coo pode oferecer são paisagens dignas de postais: Abadia de Stavelot pt 1.

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Leitura do momento

Por algum motivo estranho ou simbólico o In Patagonia está esgotado assim como o What am I doing here?.

Anatomy of restlessness era o terceiro na minha lista de livros de Bruce Chatwin mas acabou por ser o primeiro. O livro apresenta uma série de inéditos: ensaios, contos, estórias, relatos e crítica literária, é até uma boa introdução à obra de Chatwin porque podemos absorver diferentes géneros contudo alguns textos dão a sensação de estarem inacabados.

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segunda-feira, novembro 10, 2008

Abadia de Stavelot pt 1

A Wallonia até pode ter menos dinheiro e mais desemprego mas tem uma série de segredos bem escondidos que vale bem a pena descobrir. Como a abadia e a vila Stavelot (cerca de 1h45m sul de Bruxelas):Esta é a torre da igreja original (e única parte inteira por assim dizer). Stavelot fica muito perto de Francorchamps, terra do circuito de corridas fórmula 1. Daí a primeira exposição ser dedicada a carros e motos que correram no circuito desde a sua construção. Uma das minhas partes preferidas foi ver uma exposição dedicada à Ferrari em frente ao altar da capela, diz muito simbolicamente, não diz? A meio da exposição havia uma sala com quatro playstations 2 e duas playstations 3 com jogos de corridas disponivéis. Descobri-a por acaso e enquanto escolhia uma carrinha que cuspia fogo fui chamando o resto do pessoal aos gritos. Adoro museus modernos. Do nosso grupo de quatro pessoas, três não resistiram a um joguinho... A abadia tem três museus e espaço para exposições temporárias, a foto acima pertence ao museu Guillaume Apollinaire (um poeta e artista local) foi outra bela surpresa.

Página oficial.

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