Isto de ter a fama e não ter o proveito...

Não há forma de evitar sorrisinhos ou piadas por isso... Eu comprei um chicote para oferecer nos anos duma amiga. O primeiro a dizer (ou a pensar) "para a amiga, pois, pois...." fica já sem prenda de natal. A dita prenda deu-me mais trabalho do que algum dia poderia imaginar. Primeiro foi dizer a alguns escolhidos o que estava a pensar comprar, logo aí apanhei a primeira vaga de piadas e risinhos. Depois foi ir a uma sex-shop comprar o dito cujo. Levei a minha irmã comigo e acho que me vai agradecer durante anos o facto de ter sido testemunha de tudo. Fomos ao "red-district" e a compra foi extremamente profissional, não levamos com piadinhas nem agiram como se fossemos duas taradas. E pronto, foi a única coisa que correu bem. Uns escassos cinco minutos de felicidade. Ao sair da loja ocorreu-me que teria problemas no aeroporto ao trazer o dito cujo para Lisboa. Sim, eu estou em Lisboa este fim de semana para entregar em mão um chicote. Mais uma vez, o primeiro a pensar ou dizer a piadinha óbvia... E o mais giro como não podia deixar de ser foi no areoporto. Descobri que uma das hospedeiras até tem dois iguais em casa porque dão sempre jeito, fui cercada de guardas quando o bichinho passou no raio-x, andei a correr pelo pequeníssimo aeroporto de Bruxelas para trás e para a frente com apenas 20m para o voo, recebi piadas de seguranças e polícias, fui revistada duas vezes, tive de pagar para embrulhar em toneladas de plástico uma coisa insignificante e as últimas duas hospedeiras olharam para o objecto com um desdém digno do parlamento europeu. Depois disto tudo eu só queria entregar a prenda porque não há coisa pior do que ter a fama e não ter o proveito. Já agora agradecia que os meus postais e sms de natal e sms de anos omitissem esta aventura.