domingo, junho 01, 2008

Especial banda desenhada pt 4 - crianças

Porque hoje é o dia da criança este especial é dedicado aos mais novos, mas não só, eu pessoalmente li todos os livros mencionados e tenho a maioria à espera da minha estante nova. Como imagino que não conhecem as obras tento indicar o mercado, ou seja, para que idades costumam vender embora haja claramente diferenças entre as idades alvo da editora e o público que compra (por exemplo, os primeiros dois cá são lidos por adultos sem preconceitos).

Jojo, André Geerts. Esta fofura de nome Jojo anda na primeira classe e vive com a avó (que faz panquecas todas as tardes) no campo e através de travessuras, de momentos animados e outros mais sérios mostra-nos como foi - ou podia ter sido- divertido ser criança. Geerts consegue mostrar-nos perfeitamente o mundo de uma criança desde o ser castigado por um professor injustamente, a ter de fazer o trabalho de casa quando está um perfeito dia de sol lá fora, a querer a todo o custo um cão até às possibilidades infinitas de brincar numa tarde de verão. Foi uma das primeiras BDs que li em Bruxelas e continuo a achar o Jojo uma das coisas mais adoráveis que já li. Só para crianças? Tenho colegas que compram para os sobrinhos só para poderem ler... Normalmente para o mercado dos 5 aos 9 anos. Recomendo altamente a fofice, até porque acho que os adultos beneficiariam muito mais da magia que os miúdos.

Kid Paddle, Midam. Kid é um miúdo aparentemente normal, adora jogos de computador e irritar a irmã mais velha, contudo, tem uma imaginação demasiado fértil, funde frequentemente os dois mundos: o real e o dos jogos; tortura as bonecas da irmã com experiências científicas (mete-as no microondas, na canalização, corta-lhes membros etc); imagina que o pai - um vendedor de seguros magricelas - é um agente secreto, cinturão negro em vinte mil artes marciais que pode dar cabo do pessoal do Macdonnalds quando este esgota o stock de brinquedos; juntamente com dois amigos inventa formas de não pagar no salão de jogos etc Lê livros de ciência apenas para ter todos os dados para a próxima tortura a um brinquedo da irmã; tem o quarto cheio de monstros que impressionam o estômago mais forte e um professor de matemática que utiliza balas em vez de litros de leite... Normalmente para o mercado dos 9 aos 14 anos. Excelente para rapazes de qualquer idade, para raparigas que não gostam da Barbie e para as que querem provas que os rapazes são parvos. Para os adultos com imaginação e sentido de humor.

Agathe Sangrenu, Vernay & Zabus. Agathe tem seis anos, é diabética e tem mau feitio. Decide contactar o mundo dos monstros porque não tem paciência para as colegas da escola e porque se considera feia; o seu gato Trevor segue-a apesar de ser o segundo gato mais maricas que já vi (o primeiro é o da minha tia). Juntos descobrem que existem vários tipos de monstros: os bons, os maus, os estúpidos, os muito estúpidos, os ingénuos e um sem cara. No mundo dos monstros o Trevor e a Agathe falam a mesma língua e os comentários mais cáusticos e divertidos são os do gato que detesta aventuras e só quer voltar para casa. Normalmente para o mercado dos 6 aos 8 anos. Para miúdas de mau feitio e para quem gosta de monstros.

Bom dia, menino Pai Natal, Robin & Trondheim. Esta BD sem qualquer fala e com desenhos super animados e descritivos segue um dia na vida do Pai Natal, na sua casa, na fábrica de brinquedos e por todo o Pólo Norte. Devido à falta de material o Pai Natal e os seus ajudantes inventaram um sistema de usar lixo como combustível mas ficaram sem lixo no Pólo Norte... Todos os ajudantes: bonecos de neve, diabretes, elfos, penguins e Yéyé, o monstrinho ajudam o Pai Natal a visitar uma cidade grande para recolher lixo. Uma ideia simples, divertida e pedagógica. Para toda a gente a partir dos 3 anos. Não é preciso gostar do Natal.

Brigade fantome, Pedrosa & Chauvel. Um resumo muito simples seria comparar o filme Caça-fantasmas a este tomo da Brigada fantasma mas tirando a ligação fantasmas a chatear o mundo dos vivos mas não há mais pontos em comum. Um guerreiro pré-histórico com fobia a micróbios, uma serpente sensível, um chinês que só pensa em comer, uma africana temperamental e um miúdo francês a habituar-se ao facto de estar morto são a brigada fantasma cheia de truques e improvisação para separar os dois mundos. Dos 6 aos 11 anos.

Ernest & Rebecca, Bianco & Dalena. Rebecca tem seis anos e um sistema imunitário péssimo, está sempre doente mas não está disposta a ser ajuizada: vai brincar para a rua apesar da chuva, vai de fato de banho caçar sapos e dificulta a vida do médico o mais que pode. Um dia durante a caça aos sapos apanha um micróbio chamado Ernest. Ernest pode mudar de forma e tamanho e não tem papas na língua, perfeito para a pequena Rebecca cujos pais não páram de discutir. A irmã mais velha ou está fechada no quarto ou fala ao telefone mas a Rebecca adora-a na mesma. Quase tão adorável como o Jojo, para crianças dos 6 aos 10.

(Não achei imagem, lamento) A missão h...orrível- uma aventura da minhoca Tropicalda, Pedro Massano. Um clássico português à frente do seu tempo, publicada em 1987 a minhoca Tropicalda defende o ambiente e as boas maneiras. Uma nave em forma de arranha-céus invade o paraíso da minhoca Tropicalda (que tem uma série de tunéis e galerias subterrâneas) e destrói tudo num raio de 10kms, ainda por cima a nave vem cheia de monstros felpudos, estúpidos e sim, adivinharam, porcos. Tropicalda apareceu-me à frente em 2003 e continuo orgulhosa dos monstros portugueses de Massano. A partir dos 6 anos até aos 14.

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2 Comentários:

Às 11:51 da manhã , Blogger Nuno Amado disse...

Felizmente há BD para crianças em português no nosso país! Não muita mas alguma e de qualidade. Infelizmente não foram referenciadas obras como o Homodonte de José Abrantes, e que está em português ao contrário das apresentadas.
As crianças não precisam de saber falar e ler francês com menos de 10 anos de idade...

Abraço

 
Às 6:12 da tarde , Blogger babsy! disse...

Caro Bongop,

antes de mais peço desculpa pela demora, mas não só o blogue foi descontinuado mas também o foi o email equivalente. Contudo hoje enquanto desesperava por um contacto antigo voltei por estas bandas e encontrei o seu comentário.

Agradeço o seu comentário.

Permita-me apenas que esclareça que na altura vivia na Bélgica, reino da BD, e a pedido de amigos e familiares comecei a falar de BD que se vendia por lá. Toda a gente conhecia o Astérix e o Tintin mas queriam saber o que se podia encontrar nas lojas em 2007. Naturalmente escolhas na Bélgica não faltam, e como qualquer blogger acabava por filtrar a lista com o meu gosto pessoal. Este era o contexto para o especial BD que comentou, tinham uma predominancia de língua francesa devido ao meu mau neerlandes, pois pelo menos 3 da lista que publiquei era originais flamengos traduzidos para frances.

Claro que há boa BD em Portugal, sou uma enorme fa de José Carlos Fernandes, por exemplo, mas este especial crianças estava destinado a mostrar obras belgas destinadas a crianças.

Novamente obrigada pelo comentário, trouxe-me umas belas memórias.

Saudaçoes BDianas.

 

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