quarta-feira, abril 30, 2008

Passeata de domingo em Namur

Este domingo fui até à região de Namur (Wallonie) fazer uma caminhada com amigos e colegas do trabalho. Descobri uma organização que uma vez por ano organiza caminhadas com escalada, rapel e outras loucuras por um preço incrível: 2e para o percurso iniciação (cerca de 2h) e 5e pelo percurso montanha. Como sou maluca escolhi o percurso montanha, fisicamente não tive problemas, estou super em forma mas mentalmente tive alguns problemas quando estava no topo de um precipício com os pés num único cabo de aço e o vento começou a soprar forte... Começamos com uma pequena subida logo de manhã Para uma enorme descida... Antes da escalada estava cheia de energia. A escalada foi a minha parte preferida, já agora. Sou o terceiro pontinho lá em cima. Eu atravessei esta *****! Concentração... O sorriso era de pânico, garanto-vos. Adorei os primeiros trinta metros mas mal o vento começou a soprar deixei de achar piada. Pausa para almoço. E depois caminhamos uma hora pela floresta.

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segunda-feira, abril 28, 2008

É preciso enfrentar os nossos medos

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sábado, abril 26, 2008

Esta noite dancamos salsa

Ajudei a organizar com o pessoal da Amnistia uma noite salsa; temos um professor (20h -21h), uma banda cubana e comida de diferentes países da América Latina, tudo por 10e. Tudo reverte a favor da Amnistia. Apareçam!

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sexta-feira, abril 25, 2008

Feliz 25 de Abril!

Com este acontecimento o meu pai pode voltar a entrar em Portugal sem ter medo de ser preso; a madrinha de casamento dos meus tios, que vivia ao lado da sede da PIDE, pode voltar a ter mais de três pessoas em casa sem ser à socapa; o meu avô voltou a insultar pessoas em voz alta.

Agradecia que parecem de chamar toda a gente de fascistas a torto e direito, se o podem dizer em voz alta sem medo de serem presos quer-me parecer que as coisas estão melhores e que, de facto, mesmo insatisfeitos não vivemos numa ditadura.

Recomendo a leitura deste artigo do DN que nos pede para relembrarmos como foi realmente.

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quinta-feira, abril 24, 2008

Pago pela empresa dá no que dá

Comecei ontem as minhas aulas de neerlandês organizadas e pagas pela minha empresa. É um curso intensivo de dois meses, duas vezes por semana, disseram-me.

Após a primeira aula posso dizer-vos que me sinto muito ultrapassada e velha. A escola ao que parece desenvolveu um método original de ensino com bons resultados mas eu estava há espera de uma sala de aulas, mesas, cadeiras, um caderno, um lápis e uma caneta, certo? Na verdade temos cadeirões, não escrevemos, pelo menos por enquanto, e andamos pela sala, arrastamos a mobília e cada palavra tem um gesto (lembrei-me das minhas aulas de língua gestual portuguesa). Não começamos pelo básico "olá" mas sim por frases como "onde está o meu telefone?", "temos de nos despachar" etc Ah, e cada um de nós tem um nome nerlandês falso e não podemos utilizar os nossos nomes, ou seja, quando tínhamos de nos apresentar tínhamos de olhar para a etiqueta com o nome e temos de memorizar dois nomes para cada pessoa, o verdadeiro e o falso. Muito estranho.

Saí da sala ainda a gesticular e cansada; experimentei as minhas palavras novas com a primeira flamenga que apanhei a jeito.

- Mas estás a falar com sotaque holandês?? A ******* da tua professora é holandesa? *******! Tens de reaprender tudo, não podes viver cá e falar como uma **** duma holandesa!

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quarta-feira, abril 23, 2008

Sou uma má influência?

Há duas semanas que temos imensos problemas no trabalho, há 5 macros excel (no total temos 8) que não funcionam, o que significa que tivemos de fazer tudo manualmente - uma festa - ou seja, para além do trabalho que não falta tivemos umas sessões interessantes de copy/paste, procurar números primos a cada segunda coluna etc

Ontem ao reparar que o meu chefe me tinha enviado mais um ficheiro para completar manualmente desesperei e comecei a negociar como uma doida. (A ideia de fazer horas extra a verificar números e percentagens deu-me cá um arrepio nas costas...) Bom, só sei que após dez minutos estava a dever dois almoços ao meu chefe em troca de algumas horas de trabalho. Hoje numa reunião o franciú disse entre dentes que estava atrasado com a actualização.

Hoje após a última reunião do dia e toda a gente ter decidido ir para casa, eu e o meu chefe tínhamos uma chamada da mesma pessoa, imediatamente olhamos um para o outro sabendo que um de nós ia ficar até mais tarde. Eu sorri. O meu chefe queria jogar ao "pedra papel tesoura"(aqui numa demonstracção japonesa e ligeiramente fanática) que é muito popular na França, disse logo que não porque não sabia jogar mas sugeri atirar uma moeda ao ar. Ganhei.

Tenho a certeza absoluta que vou pagar por isto.

terça-feira, abril 22, 2008

O Spirou celebra 70 anos

Parabéns!

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segunda-feira, abril 21, 2008

Sid Caesar e Beethoven

Gravado ao vivo em 1950.

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domingo, abril 20, 2008

As pequenas desilusões americanas

A maior parte das pessoas adora odiar os Estados Unidos, adora ser anti-americano, assim como muitos adoram defender o regime cubano como o paraí­so na terra. Mesmo com razões dí­spares para serem anti-americanos parece haver um sentido de união nestes grupos: seja o capitalismo, seja a guerra do Iraque, seja o presidente Bush ou Hollywood, muita gente acaba por concordar em detestar a América (os Estados Unidos, não a minha prima dos Açores). Os que não detestam abertamente manifestam um desinteresse público curioso: juram nunca visitar o país mas consomem os piores blockbusters do mercado e passam meses a contar aos amigos como o filme foi mau como se isso provasse por A + B que tinham toda a razão em desprezar os americanos.

Se tivesse regras na minha ética mutante uma delas seria a de evitar estes sentimentos generalizados e fortes. Não gosto de sentimentos fortes, fazem-me tremer as mãos; tenho sentimentos fortes o tempo todo mas nunca por boas razões. Ainda agora estou a sentir algo muito forte em relação ao meu portátil que está há três horas a apitar as fases da verificação do disco (ainda não consigo aceder a um único ficheiro, snif) mas por não gostar de sentimentos fortes decido fazer o que muitos portugueses fazem tão bem, esperar que passe.

Por que razão não nos incomodamos tanto com os britânicos, por exemplo? Entraram em força na guerra contra o Iraque e por pertencerem (lá à maneira deles) à União Europeia as decisões tomadas pelos seus maus governos ou governos mal informados afectam-nos mais directamente. No entanto nunca ouvi ninguém dizer “detesto o Reino Unido, nunca lá porei os pés!” Excepto a minha prima Francisca que namorou com um inglês.

Quer-me parecer que gostamos muito de acreditar em utopias, embora de formas diferentes. A ideia de que lá fora as coisas são melhores tem as suas raízes numa utopia também. Seguimos as eleições americanas com mais interesse do que as nossas – aqui podia muito bem cair na piada fácil – olhamos para o Barack Obama com um brilhozinho nos olhos e para as imagens do Bush a receber o Papa com azia.

No fundo, no fundo, mesmo os que insistem no anti-americanismo não conseguem resistir à ideia de um país tão novo ser tão energético, dinâmico e, temos de o admitir, tão capaz quando se decide a sê-lo. Podemos não querer que Portugal seja tão capitalista ou politicamente correcto mas mantemos uma esperança secreta de que um dia trabalhemos tanto como eles por um ordenado igualmente justo, que a nossa literatura seja apreciada como a deles, que a nossa ciência descubra tanto como a deles etc

Não sendo exclusivamente pró-americana incomoda-me o anti-americanismo pura e simplesmente porque não gosto de pôr tudo no mesmo saco, de misturar as coisas; não vou ver blockbusters cheios de explosões e de músculos oleados, leio muita literatura e oiço muita música norte-americana mas separo as coisas. O sistema educativo americano é muito mau para quem não tem dinheiro - ou são muito inteligentes e têm um bom professor que os descubra e ajude entre as suas centenas de alunos ou começam a trabalhar aos 16 anos -não posso chamar um país inteiro de burros conhecendo a realidade, seria como atirar pedras a um ceguinho. E já agora, repararam que os Estados Unidos são o país com mais prémios Nobel?

Um amigo disse-me uma vez que julgava os países pelo seu melhor e não pelo seu pior, uma regra rara em Portugal. Defendemo-nos dizendo que temos mais música do que o fado, mais coisas para além do futebol, mais escritores para além do Saramago no entanto não somos capazes de o fazer para outros países.

Será que preferimos a má língua acima de tudo?

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sábado, abril 19, 2008

Martelo martelo martelo

É oficial, o meu portátil morreu. Estou desesperadamente a tentar salvar os 12 gigas de música e algumas fotos antes de o enterrar, vou tentar normalizar o blog o mais rapidamente possível mas não prometo nada. Suspiro.

quinta-feira, abril 17, 2008

O meu reino por um martelo

Perdi cinco horas da minha vida por causa de um homicídio de um portátil, nunca pensei. Mas estas coisas não foram inventadas para nos facilitarem a vida?

Basicamente ontem matei, sem dolo, o meu portátil em menos de um minuto e hoje ressuscitei-o após cinco horas de operações. Apontei tudo num post-it caso haja reincidência. Quando for rica terei sempre um martelo à mão para estas situações.

terça-feira, abril 15, 2008

Coro 3a idade

Todos os membros do coro Young @ Heart têm pelo menos 70 anos, alguns estão a caminho dos 90 e o repertório é variado: The Clash, The Ramones, Coldplay, Gloria Gaynor, Sonic Youth e não só. A história do coro está agora em formato documentário, o trailer aqui:

E deixo-vos com uma versão dos Talking Heads cheia de ironia (adoro a ambulância):

E com uma versão creepy dos Coldplay com uma máquina de auxílio à respiração:

Recomendo igualmente "I wanna be sedated", "I will survive" e "Schizophrenia". Neste site podem ouvir samples do cd do grupo.

Alguém sabe como eu convenço a minha avó a começar um coro em Matosinhos?

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segunda-feira, abril 14, 2008

Especial banda desenhada PT 2

Continuando com o meu guia BD, apresento-vos os culpados, os livros que devorei quando era miúda - os mais marcantes, pelo menos, sim, porque eu também li Patinhas e afins. Mas a verdade, verdadinha, é que a minha família é que é culpada, ofereceram-me montes de BD, emprestaram-me outros, uma verdadeira lavagem cerebral. O meu amor pela BD era tanto que costumava sair da escola Bartolomeu e descer os 100 degraus minúsculos, andar 15 minutos, parar para comprar um gelado no senhor das frutas e entrar na casinha adorável que era a antiga biblioteca Gulbenkien; lembro-me perfeitamente de ler e reler livros na sala para crianças que tinha almofadas por todo o lado e culpo-os até hoje por ler banda desenhada quase sempre na horizontal. Muitas vezes a senhora tinha de nos mandar calar porque ríamos às gargalhadas...

Mafalda, Quino. Conhecida por muitos como a menina contestatária(ver caixa de comentários) e, para outros como uma forma doce de fazer crítica/política, esta menina foi uma constante na minha vida. Seria um dos livros a levar para uma ilha deserta, sem dúvida. Quando era mais nova não percebia completamente as tiras quando falavam do Fidel Castro ou da NATO e senti-me extremamente orgulhosa conforme fui crescendo e percebendo mais e mais tiras. Se fechar os olhos e pensar nas minhas primeiras leituras vejo o especial 13 anos com Mafalda que até está bem rascunhado com palavras da primeira e segunda classe, com letras de vários tamanhos e cores. Até hoje é comparada ao Peanuts, a única ligação a meu ver é que as crianças são os heróis e os adultos estão num segundo plano, muitas vezes ridiculizados pela sua visão do mundo, pela sua idade ("que montão de anos dizes tu que ele tem??") e pelas suas tentativas de sossegar uma geração inquieta com o seu futuro. Quino teve dificuldade em compreender o sucesso da Mafalda em gerações mais novas, o triste é que o mundo não mudou com os anos e os miúdos que crescem agora com 50 cents e Jay-Z compreendem a Mafalda e os seus amigos tão bem como eu ou os meus pais, basta mudar os nomes dos dirigente mundiais. Para todos, para todas as idades e mentalidades. Para quem gosta de caricaturas, de política, de Persepolis.

Astérix, Goscinny e Uderzo. Outro favorito nas leituras e releituras. O império romano floresce e ocupa toda a Gália, "toda? Não! Uma aldeia habitada por irredutíveis gauleses resiste ainda e sempre ao invasor."Cada livro mostra uma aventura nova do pequeno Astérix, do forte ("quem é o gordo?") Obélix e do cão mais adorável da BD, Ideafix. Os outros habitantes da aldeia e os coitados dos romanos que se fartam de levar porrada ajudam à festa. Ao contrário das aventuras da Marvel ou DC comics cujas cenas de luta primavam pela violência mutante, grafismo demente e maus da fita limitados em termos de neurónios, Astérix esta repleto de humor físico e verbal a cada página; o uso de estereótipos e sotaques é apenas um exemplo. Astérix prima pela inteligência e muitas vezes pela espontaneidade. Poucas tiras me fizeram rir tanto. Para toda a gente, para rir, para admirar. Para continuar com Bone de Jeff Smith.

Lucky Luke, Morris e Goscinny O cowboy mais rápido do que a própria sombra não precisa de introduções mas deixem-me que vos choque, eu sempre achei o Jolly Jumper muito mais interessante. O cavalo fiel e cáustico do Lucky Luke continua a ser das minhas personagens preferidas assim como nunca haverá cão mais estúpido que o Rantanplan. Inserido numa tradição do velho oeste que invadiu a literatura e a BD, Lucky Luke sobreviveu ao longo dos anos e das modas devido às crónicas bem escritas e com uma pitada de humor aqui e ali. Os irmãos Dalton também ficam para a história como criminosos com muitas ideias mas pouca sorte. O sucesso no cinema avança tendo apenas o infortúnio do último filme ter sido lançado a poucos meses do Astérix. Para os curiosos e fãs de cowboys e do velho oeste americano.

Gaston lagaffe, Franquin. A primeira vez que li o Gaston tinha 9 anos e os meus tios emprestaram-me vários volumes em francês. As invenções malucas, os animais de estimação estranhos (o gato mais adorável da BD e uma gaivota gananciosa) e as expressões faciais do Gaston conquistaram-me imediatamente. Felizmente ou infelizmente hoje percebo muito mais o Gaston, trabalha num escritório e sente os seus neurónios a desaparecerem numa folha excel (ou o seu equivalente, o correio para distribuir). Sempre com as melhores intenções do mundo Gaston é a personagem ideal para destruir todo um escritório, ou interromper uma reunião; quero um Gaston na minha equipa já! O Franquin veio mais tarde a reconquistar-me com as suas "ideias negras" mas isso fica para outro especial. Para quem sofre num escritório ou tem uma invenção na gaveta ou para quem quer conhecer o gato mais fofo da BD.

Spirou e Fantásio, Franquin. Juntamente com o Gaston os meus tios emprestaram-me Spirou também em francês. Deixem-me dizer-vos desde já que continuo a não apreciar o Fantásio. O Spirou segue um pouco a linha do Tintin no formato "jornalista e companheiro perseguem história e metem-se em alhadas" mas resultou muito mais comigo do que o Tintin. Só o facto de nos oferecer o Marsupilami, meninos... só isso vale montes de especiais. A dupla de amigos acaba por se transformar em detectives privados e muitas vezes, guarda-costas de um cientista maluco mas de bom coração. O marsupilami é uma criatura fofa, amarela com pintas pretas e com uma cauda enorme com um enorme sentido de justiça social e sentido de humor - veja-se como se diverte a pregar partidas aos índios. Para todas as idades, para fãs de invenções, do Gaston, de criaturas felpudas e do Macgyver.

Tintin, Hergé. Por uma questão de honestidade incluo o Tintin, é realmente um marco na história da BD mas por razões várias não é para mim. Li vários volumes quando era miúda mas nunca me interessei verdadeiramente e muitas vezes li-o apenas por não ter mais nada à mão. São várias aventuras de um jornalista e da sua cadela Milu, que incluem um duo de detectives gémeos e malucos, um capitão em terra, cientistas estranhos e uma cantora de ópera irritante. Cada volume relata uma aventura nova mas com as personagens a evoluírem juntamente com o desenho. Dou, contudo, mão à palmatória, muitas das invenções mencionadas eram bem pensadas e o foguetão vermelho mudou a cabecinha de muita criança. Para fãs do Indiana Jones e do jornalismo de aventura.

Especial BD parte 1.

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domingo, abril 13, 2008

Ler não mata

Só sei que ao ler O jardim do Éden do Hemingway senti um aperto no coração, um começo de vómito na garganta, um tremelique nas mãos, um apito nos ouvidos; comecei a ter cabelos brancos pouco depois.

Não quero apontar o dedo a falecidos mas as aulas de Literatura Americana sobre o The sun also rises foram as mais longas de sempre, principalmente quando as minhas colegas todas com idade para serem minhas mães se perdiam em elogios à escrita do grande americano e eu só mordia a língua ou escrevinhava no caderno orações satânicas. Não sei o que aconteceu, quando era miúda li O velho e o mar e lembro-me de gostar, de falar aos amigos, talvez fosse porque ainda vivia na ilha e a humidade é bastante alta; anos depois O jardim do Éden deu-me vontade de destruir o livro, antes de se ter suicidado devia ter queimado a merda do manuscrito evitando assim que os fanáticos do grande americano o editassem. E o The sun also rises, for fuck's sake! Por mais que o meu professor elogie a obra continuo a considerá-la abaixo de muita fasquia de qualidade, de sanidade, um relato parvo de uma personagem bêbada (não eram sempre?), uma história previsível, um começo de vómito na garganta...

Imagino que muitos de vocês fazem parte do grupo que consideram o Hemingway um grande escritor, têm todo o direito mas lamento muito. Para além de ser um escritor limitado as suas histórias eram calculadas, mas tão calculadas que eram previsíveis; detesto personagens iguais de um livro para o outro apenas com um nome diferente, com aventuras e conversas semelhantes que deixam o leitor com o conhecimento de tudo antes de virarem a página. A Ana Teresa Pereira, por exemplo, utiliza frequentemente o mesmo nome para suas as personagens e muitas vezes parecem ser resquícios de obras anteriores, contudo, têm desventuras diferentes e muitas vezes as personagens parecem reconhecer-se embora não saibam de onde; apesar da sua obsessão com certas linhas e certas personagens, apesar de às vezes o desfecho ir na mesma linha que um desfecho anterior não são finais previsíveis, relatados por uma personagem anterior a tentar morrer em grande estilo. Eu sei que o Nietzsche disse que os nossos erros estão destinados a repetirem-se para toda a eternidade mas quer-me parecer que o Hemingway levou a frase demasiado literalmente.

Imagem daqui.

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sábado, abril 12, 2008

Burlesco I - Abbott & Costello

Este sketch faz rir desde os anos 40...

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sexta-feira, abril 11, 2008

Sexta-feira num escritório perto de si

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Música belga pt II - os wallons

Com menos fundos para divulgação a Wallonie está cheia de bandas e artistas cujo reconhecimento é limitado. Uma lista completa de músicos wallons pode ser consultada aqui.

Girls in Hawaii - Casper.

Front 242 - Agressiva due.

Orquestre du Mouvement Perpétuel - All & nothing show.

Machievel - Fly.

Viver em Bruxelas não me facilita a pesquisa musical, não só a capital belga é uma "ilha" na Flandres, como também há tanto mas tanto estrangeiro que é muito difícil filtrar a informação. Tenho um pouco a sensaçao que viver em Bruxelas nem sempre é viver na Bélgica. Talvez com a excepção da primeira banda (montes de posters por Bruxelas) duvido que os flamengos conheçam a música da Wallonie.

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quinta-feira, abril 10, 2008

Ensaio sobre a cegueira

Ainda me custa a acreditar, aliás, custa-me acreditar que não tenha ouvido falar nisto antes. O realizador brasileiro Fernando Meirelles (dos fantásticos Cidade de Deus e The Constant Gardener) adaptou O Ensaio sobre a cegueira do José Saramago; o filme conta com a Julianne Moore e infelizmente com o Mark Ruffalo.

Eu até percebo que tenha sido O Ensaio sobre a cegueira a ser adaptado, se calhar ainda se transforma no novo Código DaVinci, mas pessoalmente preferia ver no cinema O ano da morte de Ricardo Reis, As intermitências da morte ou, claro, O memorial do convento desde que o Sean Penn e a Olivia Newton-John participassem no filme. Se o Sean Penn engordasse um pouco daria um belo Baltasar e a Olivia Newton-John - depois de não tomar banho umas semanas e de cabelo comprido e sujo - seria a Blimunda perfeita; no fim basta convencer o Elton John a fazer de D. João V. Podia-se poupar fortunas em efeitos especiais se os lisboetas não pensassem em reciclar e deitassem o lixo pela janela fora como antigamente. E para as fogueiras da inquisição podíamos usar os manuais e dicionários antigos se o acordo for para a frente, assim numa de "arte pela arte"...

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terça-feira, abril 08, 2008

2a aula de Kung fu

Estou a escrever super devagar porque estou completamente a tremer.

Corri, saltei, rastejei (!), pontapeei e sei lá mais o quê, tudo de pés descalços.

Ainda não disse à professora que tenho uma tendinite (ou que tive de passar por meses de fisioterapia e de osteopatia para pôr o pescoço de volta ao sítio), contudo quando treinamos uma técnica de auto-defesa que consistia em tocar no ponto "ai, foda-se" do ombro eu disse logo à minha colega para imaginar que me estava a tocar mas para não me tocar verdadeiramente. É assim que eu ganho reputações pela Europa fora.

Para os interessados estou a fazer Kung Fu Nam Pai Chuan.

Ai.

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segunda-feira, abril 07, 2008

Livro origami

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Prendam-na!

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domingo, abril 06, 2008

Indumentária Fernando Pessoa

Daqui.

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Sinal dos tempos (diálogo Playstation)

Duas pessoas, uma consola, jogam à vez. Era a vez de "X" jogar, "Y" observa e espera a vez.

Y. - Estás a sair-te bem.

X. - Hmm.

Y. - Olha, a árvore!

X. - Sei.

(...)

Y. - Costumas jogar sempre assim?

X. - Hmm?

Y. - Com o dedo no botão e não no joystick?

X. - ...

Y. - Não usas o joystick?

X. - Não, não gosto. Tenho menos controlo dos movimentos.

(...)

Y. - Somos tão diferentes. Eu uso sempre o joystick e nunca o botão precisamente pela mesma razão.

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sábado, abril 05, 2008

Nickelsdorf (Áustria)

Nickelsdorf é uma vila a 10 minutos da Hungria (e a 45 de Viena) repleta de chocolates artesanais e vinho, quase bom demais para ser verdade. Não só tem um lago enorme que partilha com a Hungria como tem dois rios, cavalos, veados e lebres por todo o lado e claro, insectos que vieram sempre ter comigo. Este foi o local da famosa festa da cerveja: Podemos já ver o potencial, uma fogueira quase pronta e nem um único vizinho para reclamar. Foi preciso ir à Áustria para ouvir Gogol Bordello, Queen, Ray Charles, Beach Boys, Beatles, Flogging Molly e Rocky horror picture show numa só festa. Prometi visitar a minha amiga para o ano se me garantir a música excelente deste ano. Já fiz coisas piores do que apanhar um avião para ir a uma boa festa. Sim, isto é a casa de banho. (se calhar devia fazer um especial casas de banho aqui no blog visto encontrar sempre casas de banho "originais".)

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sexta-feira, abril 04, 2008

Bratislava (Eslováquia)

Bratislava é uma cidade pequena mas espaçosa, repleta de estátuas e "coisas artísticas" pelas ruas, há cor por todo o lado e as pessoas mesmo não falando inglês foram (ou tentaram ser) prestáveis. Comi maravilhosamente bem - tenho um nítido amor pela comida da Europa de Leste - por muito pouco. Acredito seriamente que a reputação lúgubre de algumas capitais da Europa de Leste se deve a visitas durante o regime da União Soviética, ou visitas há dez, doze anos atrás quando estes países ainda estavam a recuperar economicamente e emocionalmente. Ao contrário de Tallinn não senti que estava numa cidade pequena mas espero nunca mais andar em autocarros eslovacos, se bem que acho que não me devo preocupar porque estavam tão podres que não devem durar até à minha próxima visita; os bilhetes dos autocarros não são geridos por zonas mas por minutos, em vez de comprar um bilhete de zona 1, por exemplo, comprei um para 10 minutos. Não encontrei um livro de um escritor eslovaco em inglês, não estou contente.

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quinta-feira, abril 03, 2008

Detalhes do Zoo de Viena

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quarta-feira, abril 02, 2008

Leitura do momento

Descobri o livro ao ler um artigo do James Wood no The New Yorker, acho que ainda não vos falei no senhor. Por várias vezes quis comprar um livro durante a leitura de uma das suas críticas, ainda ontem tentei comprar o Lush life (chega no fim do mês). Um livro mencionado no New Yorker já é de si importante mas se for num artigo assinado pelo James Wood será crucial para as vendas no mundo anglo-saxónico; ou pelo menos é assim que eu gosto de imaginar as críticas literárias: uma boa crítica de um rechonchudo talentoso ajuda a passar a palavra mas uma crítica má faz tremer as paredes da editora em questão. E uma crítica má a uma obra prima? perguntam-me vocês. Bem, já aconteceu e de certeza que os descendentes dos críticos de Melville ainda se escondem atrás de óculos escuros espelhados e vários pseudónimos dignos de Thomas Pynchon; esperemos que não aconteça muitas mais vezes no futuro.

His illegal self conta a vida estranha de Che, um rapaz de oito anos cujos pais são radicais, considerados terroristas pelo governo (até agora não foi mencionado o crime). Che nunca conheceu o pai e não vê a mãe desde os dois anos; é criado pela avó rica e austera. Um dia uma mulher visita-os e leva-o para passear, Che reconhece nela a mãe. Era a baby-sitter da sua infância que por simpatia radical, se isso existe, decide levá-lo até a mãe verdadeira escondida algures. Algo corre mal. O rapaz acredita estar com a mãe e a baby-sitter é procurada por rapto, fogem para a Austrália, pintam o cabelo, enfrentam o calor... O narrador nunca perde a perspectiva do rapaz, observa com este os acontecimentos, não percebe as razões por detrás de todos os acontecimentos e não acompanha as outras personagens quando estas saem da sala para conversar. Isto permite-nos seguir a história juntamente com a personagem principal, juntar as peças do puzzle ao mesmo tempo que o rapaz que às vezes parece ter mais idade do que tem.

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O meu lado masoquista

Ontem tive a minha primeira aula de kung-fu. Após 50m tive de pedir à professora para parar 5m, já não sou a mesma de antigamente.

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Biblioteca - State Hall - Viena

É de trazer lágrimas aos olhos. (Estou a ficar sentimental com a idade.)

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