Guerras de escritório
No meu trabalho actual (o último dia é já sexta-feira!) há uma impressora por andar. Além de imprimir também “scanna” documentos para o email e fotocopia. Ou seja é muito útil e, como devem imaginar, muito concorrida. Mas a malta exagera…
Tinha mais de 60 páginas em formato pdf para imprimir, como esperar que a impressão acabe equivale a ver tinta a secar (ainda tenho de agradecer aos ingleses por esta bela expressão) fui buscar um copo de água. Quando voltei a minha impressão tinha sido cancelada. Respirei fundo e recomecei. Por volta da página 15 já estava aborrecida e fui buscar mais água. Erro fatal, já sei. Quando voltei a minha minha impressão tinha sido cancelada. Só que desta vez o criminoso ainda estava a agrafar, olhou para mim de soslaio e começou a agrafar muito depressa. Suspirei alto e voltei a carregar no botão. O criminoso começou a afastar-se rapidamente e eu, com a minha lata reconhecida mundialmente, reclamei em voz alta :
- Há um motivo pelo qual eu não estava aqui, sabe. É por achar que num escritório de adultos me iriam respeitar a impressão de 60 páginas.
- Eu…
- Não era preciso cancelar a impressão, os meus documentos também são importantes.
Estava a sentir-me imbatível. Inconscientemente tinha decidido que este criminoso iria pagar por todos os outros que ao longo deste ano me cancelaram impressões, me apagaram ficheiros da impressora, me fizeram andar km entre a minha secretária e a impressora. O criminoso olhou-me nos olhos.
- Quando cheguei cá não havia nenhuma impressão em curso. EU não cancelei nada.
Silêncio.
- Ah… Peço desculpa.
Afastou-se a passos largos e ofereci a sola do sapato à impressora. Voltei ao meu computador para relançar a impressão, agarrei no telemóvel, peguei num banco e fui sentar-me ao lado da impressora e de pernas cruzadas joguei três jogos até a impressão acabar. Num pequeno intervalo o meu chefe passou no corredor. Não me viu.
- Olá, chefe ! - gritei.
Assustou-se. Uma pequena vitória, finalmente.
Etiquetas: psicos
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