quarta-feira, janeiro 14, 2009

Especial Banda Desenhada parte 7

Hoje não há quarta-feira em Bruxelas, muito simplesmente por falta de tempo. Mas há este especial BD que estava na fase "rascunho" há semanas e que espero que compense.

Obra completa, Sempé. Não consigo escolher só um livro mas posso sugerir alguns como Rien n'est simple, Comme par hasard, Luxe, calme et volupté, Insondables mystères. Sempé é mais conhecido pela série O menino Nicolau mas as suas ilustrações encantam-me há anos. Na minha humilde opinião poucos (ou mesmo ninguém) iguala o traço ora humorístico ora maroto ora irónico de Sempé. As suas ilustrações conseguem ter o valor de uma anedota bem contada ou de uma história partilhada com amigos. Ainda estou para descobrir alguém que com tão pouco numa página consiga espelhar a infância e as diferenças caricatas entre crianças e o modo destas verem o mundo dos adultos. Para todos com sentido de humor e ironia e para quem quer (re)lembrar-se da infância. Para o filho que diz que ninguém o compreende.

Fables: legends in exile, Bill Willingham & Ian Medina. Imaginem que as personagens dos contos de fadas fossem reais e vivissem exiladas no nosso mundo. Imaginem o Lobo Mau como um detective privado que tem de conter o mau feitio de forma a não revelar o seu lado lobisomem, a Branca de Neve após um divórcio litigioso com o Príncipe Encantado (um engatatão de primeira) e o Monstro e a Bela em sessões de terapia conjugal. Tudo isto bem msturado a um homicídio nas barbas de toda a gente. Uma leitura envolvente e surpreendente. Para quem gosta de contos de fadas, para quem acha que é demasiado velho para contos de fadas.

Jacques Delwitte: Little White Jack, Max de Radiguès. Uma obra belga para variar. Um guitarrista genial anda pela rua a tocar a troco de moedas, é chamado para ajudar uma banda nova com o novo disco e os flashbacks ajudam-nos a descobrir uma carreira bem sucessida e as razões do fim da carreira. Um desenho pastoso que se destaca do traço imediato da maioria das obras actuais. Jacques é inspirado num músico de rua de Bruxelas, contudo a história é fictícia. Para gosta de música de rua, de desafios e de BDs com desenho diferente.

Je t'ai aimé comme on aime les cons (original: Te quise como sólo se quiere a los cabrones), Giménez & Fonollosa. Após o fim de uma relação, longe de ser perfeita, e após quatro anos longe da cidade natal, Miranda é obrigada a regressar a casa dos pais. Como lidar com uma mãe que parece mais destroçada do que ela, com as amigas mais do que dispostas a dizer mal do ex (mais do que Miranda até) e com as memórias boas e más da relação? Como acabar uma relação e manter o sentido de humor também era um título que funcionava. Não digo para irem já a correr oferecer um a alguém que esteja a sair de uma relação mas é para quem ao menos já namorou alguém e hoje se pergunta porquê.

Too cool to be forgotten, Alex Robinson. Se me dissessem que iria regressar ao liceu por tempo indeterminado garanto-vos que iria entrar em pânico. Pois Alex foi apenas fazer hipnose para deixar de fumar, acontece que a génese do problema, do seu vício estava precisamente no liceu. Como é que um homem de 40 anos reage ao ser enfiado para dentro do corpo de um adolescente magricela, com aparelho e borbulhas? Ainda por cima sem aviso prévio. Enquanto enfrenta medos e rufias passados o leitor tem direito a rir dos anos 80. Para quem conhece os liceus (anos 80 ou não) e não tem particularmente vontade de lá voltar.

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