quinta-feira, outubro 09, 2008

Índia VIII: Agra (cidade do Taj Mahal)

Mal chegamos à cidade comecei a ficar um bocado aborrecida: só via hotéis, turistas pálidos, lojas de para turistas (com colares e pulseiras) e pouco mais. Depois de Jaipur é uma desilusão. Contudo não posso dizer que tenha sido uma surpresa, afinal de contas é a terra do Taj Mahal.

O hotel foi provavelmente o mais chique que tivemos e custou um terço do de Delhi.
Um dos pontos altos foi vermos a nossa primeira banheira - com o tradicional balde, lá está - mas o ponto mais alto foi a visita recorrente de uma osga à nossa casa de banho, formigas do tamanho de aranhas com um ar nada simpático e muitos mosquitos. Vi pela primeira vez com atenção publicidade e programas indianos na televisão, o tamanho da minha confusão e choque cultural é indescritível. Os melhores exemplos são um programa com indianos obesos a competirem numa espécie de jogos sem fronteiras onde uma das tarefas/jogos era correr para uma mesa cheia de bolos e tartes, escolher um e gritar alto o número de calorias; outro belo exemplo é o anúncio Axe, na Europa bombardeiam-nos (em casa, no cinema, na rua...) com o sex-appeal de uns tipos macricelas e sorridentes e se bem percebo os anúncios o sex-appeal é tão forte que qualquer mulher nas proximidades perde a cabeça e às vezes mais do que isso num elevador, na rua, num carro... na Índia vemos um par de mãos, um close-up das mãos como se houvesse algo mais e mais nada. Sim, porque nada como um par de mãos excitadas para vender um desodorisante na Índia.
O famoso Taj Mahal causa uma primeira impressão deslumbrante e após alguns segundos percebi por que é aclamado como uma das sete maravilhas do mundo, todavia, acho que a visão comercial e ambição maluca dos indianos estão a estragar aquilo. Há demasiadas pessoas, demasiado barulho, demasiadas máquinas fotográficas. Do que adianta pôr degraus de madeira por cima dos degraus de mármore originais se depois as pessoas estão à vontade para tirarem fotos deitadas, de pé, de lado e aos montes por todo o lado? Há filas para tirar uma foto no banco onde a Princesa Diana se sentou, há empurrões discretos... Será que se esquecem que o Taj, por mais bonito que seja, é um masoléu? (Também não estou de acordo com escrever com corrector ortográfico na campa do Jim Morrison em Paris).
Há com cada um...
Esta imagem é muito conhecida mas o que muita gente não sabe é que a obsessão dos indianos pela simetria fez com que construíssem uma mesquita em cada lado do Taj Mahal. Na verdade a primeira (a da esquerda) foi construída por motivos religiosos mas depois para melhorar a imagem contruíram uma mesquita idêntica do lado direito e que está virtualmente vazia.
A da esquerda é a razão pela qual o Taj Mahal está fechado às sextas-feiras de forma a permitir aos muçulmanos privacidade para visitarem a mesquita. E também porque não devem conseguir controlar duas multidões ao mesmo tempo. Já agora, às senhoras e meninas que pretendem visitar o Taj Mahal no futuro: entrem pelo detector de metais das senhoras e preparem-se para um apalpanço profundo e hmmm, bem direccionado.
O Taj Mahal visto do rio.

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