Índia IV: 6h de viagem até Jaipur

Reparem bem no estado do pára-choques do autocarro. Até nem era dos piores...

O dia começou bem, o Sr.Singh levou-nos a uma pastelaria indiana, eramos as únicas brancas no estabelecimento. Devoramos biscoitos, bolos e doces. O trânsito já mete menos medo e começo a perceber um pouco: retrovisores para dentro ou então o carro nem os tem, isto porque os carros estão quase encostados uns aos outros (filas? mas quais filas?), apita-se para o da frente saber que um carro se aproxima - conforme a pressa do condutor há mais ou menos apitos - as vacas, cavalos, burros e elefantes não são peritos em desviarem-se então passei a primeira hora no banco da frente a dizer "ai!" ou "olha a vaca!" ou "foda-se!...". Eventualmente relaxei e até dormi. Em todos os meus dias na Índia só por duas vezes é que achei que ia bater: uma vez contra uma árvore (eu pálida em contraste com o ar sereno do Sr.Singh) e outra contra uma mota. Houve um acidente na estrada e a preocupação principal era a continuação da circulação, o morto foi posto na berma da estrada e o carro afastado e segue em frente. Voltarei a falar sobre a abertura e à vontade que este país tem com a morte.

Um templo hindu na estrada.

Conforme chegamos ao sul vemos mais pobreza e mais miséria, casebres e casinhas para famílias inteiras, lixo a céu aberto, cães mortos com abutres a sobrevoarem o corpo mas também vemos cores incrivéis a cada conjunto de roupa, a cada mulher que passa por nós. As crianças que não nos pedem comida parecem intrigadas com o nosso ar pálido e com roupas estranhas.

Todos os camiões que vi tinham "horn please" e outros também um belo "keep distance". A primeira frase era mais respeitada que a segunda.

O trânsito de Jaipur parece ainda pior do que o de Delhi, não pensei ser possível. A cidade em si é também muito maior do que estavamos à espera, o que nos estragou os planos de voltarmos a andar sozinhas. Ficamos numa guesthouse incrível, com direito a varanda e tudo. Novamente não há água quente e à noite (devido à chuva) há falta de luz, divertimo-nos com a minha lanterninha.À chegada a Jaipur somos recebidas por este palácio. Sim, com um barquinho pode-se visitar, infelizmente não fazia parte da nossa visita guiada.