sexta-feira, novembro 24, 2006

As perguntas irritantes, digo, frequentes. (Bastidores)

Ontem fui invadida por uma ligeira nostalgia e apercebi-me que o blog está quase a fazer um ano. Lembrei-me de muita coisa - infelizmente há algumas brancas (ahem) - e reparei que há perguntas comuns aos visitantes do blog. Bem, cá estou para ajudar. :D Não há uma ordem específica, foi como me fui lembrando. Para os clientes da casa será um pouco desnecessário mas os novatos também merecem.

- Porquê a Letónia? - Porquê a Bélgica? Bem, na altura pareceu-me uma boa ideia. A Letónia era longe o suficiente e a Bélgica é perto o suficiente.Escolhi ir para a Letónia porque queria algo diferente, toda a gente quer ir para Itália, França, Reino Unido... É quase férias em conjunto mas em alturas diferentes. Se ia passar seis meses fora então queria algo a sério, num país com uma cultura diferente e de preferência com uma língua nova para aprender. Respeito muito os voluntários que conheci que decidiram partir para Espanha, por exemplo, mas respeito muito mais a adaptação que tive de passar e o que aprendi por estar tão longe.

-O que é o SVE? Serviço de Voluntariado Europeu. O programa da União Europeia que me levou para a Letónia. Vejam sugestões e não só.

-Mas há alguma coisa na Bélgica? Claro que sim! Esqueçam a imagem chata e cinzenta, isso é a União Europeia e não a Bélgica.

-E não querias mesmo ficar em Portugal? A não ser que acontecesse algo de extraordinário. Passei dois meses na casa duma amiga a contar as moscas que engolia, um dia vi um anúncio na internet: "Menina de boas famílias precisa-se..." Não sou de boas famílias mas eles sabem lá.

-Como é que tudo começou? Para mim a parte mais interessante sempre foi quando Deus descansou. O blog começou na Letónia, pouco depois de ter chegado à cidade de Valmiera. A razão principal foi a frustração de não conseguir enviar as fotos para toda a gente (caixas de correio diferentes) e surgiu após a sugestão do meu geek favorito.

-Como é que tens tempo para o blog? Não sei o que andam a fazer mas há tempo para tudo. Admito que desesperava ao tentar pôr as fotos mas agora é um instantinho. Principalmente desde ontem quando voltei a ter internet no meu computador, já não tenho um teclado manhoso e gorduroso, pessoas a conversar ao lado, ligação lenta e outras coisas que afloram os palavrões à ponta da língua.

-Quanto tempo gastas por dia? Isso depende muito. Se for um post "normal" é só abrir a página e escrever, para os mais complicados ou compridos demoro em média uma hora, também depende se tenho de procurar fotos. Costumo andar de máquina fotográfica no bolso para os tais momentos inesperados. Qualquer que seja o país há sempre momentos estranhos.

-Como é que tens tantas ideias para o blog? Se formos a ver outros blogs enm tenho muitas. Mas de resto tenho uma cabecinha maluca, dois olhinhos, um bloco de notas e muita opinião.

-O que é o Pandora? É um site que funciona como uma rádio online com a particularidade de sermos nós a escolher o que queremos ouvir. Escolhemos um artista ou música e eles tentam ver que mais músicas somos capazes de gostar. Depois só dizemos que sim ou que não ou sugerimos mais artistas. O que mais me agrada é que posso pôr rock, jazz, country, punk etc na mesma estação.

-Porquê "fim do mundo"? Se só chegaram agora são capazes de apenas apanhar o lado metafórico e perder a piscadela de olho. O blog foi criado na Letónia, em Dezembro, numa cidade com nove estrangeiros...

-Onde é que descobres estes sites e fotos? Não ter vida própria ajuda. Atrair psicopatas também. De resto, agradeço aos meus links e "fellow bloggers".

-Tens algum sistema? Caneta e papel, normalmente. Fazer colecção de bloquinhos dá jeito. Se estiver online e vir ou ocorrer-me algo vou logo ao blog.

-O que é mais difícil na vida de emigrante? A palavra emigrante, por exemplo. Não apanhar quase piada nenhuma quando falo com alguém que esteja "na terra". Não falar português. Achar que nunca vou lá estar para os meus amigos. Saudades. A comida. As piadas sobre a vida de emigrante.

-Quando voltas? Não sei.

-Estás a gostar? Yupe.

Como podem ver a secção de links sofreu algumas alterações. Nem tinha noção da quantidade de links que tinha nos favoritos e após duas horas consegui pôr tudo em ordem, fantástico. É uma pena que não consiga tratar de tudo o resto assim. Na maioria dos casos a renovação não tem muito que se lhe diga. Para os restantes aqui fica uma breve introdução/explicação:

A maioria das publicações não necessita de explicação, o Transitions online lida "apenas" com notícias, cultura e lazer de 28 países, o que têm em comum? Serem pós-comunistas. Fui lá parar ao seguir uma série de links sobre os Bálticos. Tem Ásia, Cáucaso, Europa central e de leste... e pesquisa por país.

Descobri o Rebelión ao ler uma entrevista na Visão a Vicente Romano na ocasião do lançamento do A formação da mente submissa. É uma alternativa aos jornais tradicionais.

Reduzi a secção "Religiões", ficaram apenas os sites com visitas diárias.

Visto ter um grande interesse por fotografia, banda desenhada e outras formas de expressão visuais, achei por bem separar alguns favoritos. Prevejo que esta secção aumente mais um pouco. E visto que apresentei a maioria parece-me justo fazer o mesmo com um que já cá está há algum tempo, o Banksy.

O ashes and snow é mais complicado de explicar visto que é um projecto que engloba fotografia, vídeo, vida animal, viagens e livros.

O trabalho do Sebastião Salgado é bem conhecido entre nós, a dificuldade foi escolher um site. Escolhi um com dois temas, Êxodos e O mundo da maioria mas deixo aqui um link para um especial da revista Time sobre as fotos dos deslocados e dos refugiados, o tema actual do fotógrafo brasileiro.

A secção leituras tentou reger-se por uma norma simples: não exagerar, não era viável pôr um link para todos os escritores que aprecio ou para os livros favoritos. Até porque para alguns não há páginas que lhe façam justiça. Ficou então quase exclusivamente o formato texto electrónico.

Nos vícios nada mudou. Os blogs estão pela ordem que eu própria os procuro.

Os fins do mundo ainda estão sob renovação. Os guias de viagem de formato tradicional e não só ajudaram-me imensas vezes e estão também por ordem de preferência. O voluntariado estará sempre presente. Espero em breve ter um correspondente belga. O projecto Até ao fim do mundo está aqui porque eu sou uma invejosa. Os países e cidades estão por ordem alfabéticas, e apenas ponho o país quando posso responder a perguntas. Não podia falar da Noruega quando só conheço Oslo nem dos Estados Unidos quando só conheço Boston. Os guias Michelin nunca me chamaram a atenção até descobrir o GPS. Em Bruxelas tem dado jeito para descobrir como ir ter aos sítios, por exemplo, onde fica a Câmara Municipal ou a livraria portuguesa. Sim, tem Portugal.

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