Mas eu agora só escrevo obituários?
Agradecia que as pessoas cuja obra admiro, invejo ou venero parassem de morrer. Ou os bons artistas em geral, apesar de admitir que há muito boa gente cujo talento não me fascina de modo algum.
Ainda no sábado lidei com a morte do Robert Altman e agora foi o Mário Cesariny? Não vamos começar uma moda, pois não? Não me agrada a forma como isto tudo sugere o Death and the Penguin.
Lamento fazer parte da minoria que o preferia como pintor a poeta mas gostos não se discutem. Admito também que não fui nem sou grande apreciadora deste artista mas acho que Portugal precisa sempre e de mais pessoas que remem contra a maré, que sejam considerados estranhos e excêntricos, que sejam ao mesmo tempo motivo de chacota e de orgulho. Ocorre-me o nosso suposto presidente da república contudo falta-me encontrar a parcela de ingénuos optimistas que sente "orgulho".
Antes que me desvie mais, fica a vela para Mário Cesariny. Pouco ou nada poderia dizer sobre Mário Cesariny porque "nada está escrito afinal."
1923-2006
"Em todas as ruas te encontro Em todas as ruas te encontro Em todas as ruas te perco conheço tão bem o teu corpo sonhei tanto a tua figura que é de olhos fechados que eu ando a limitar a tua altura e bebo a água e sorvo o ar que te atravessou a cintura tanto, tão perto, tão real que o meu corpo se transfigura e toca o seu próprio elemento num corpo que já não é seu num rio que desapareceu onde um braço teu me procura Em todas as ruas te encontro Em todas as ruas te perco"
1 Comentários:
Antes, obrigado pela visita e consequente informação que deste.
Depois, sabes que eu estava a postar sobre o Cesariny, olhei para baixo e pensei exactamente no mesmo? Nos últimos dias só quase postava obituários. E o problema é que não se vê renovações à altura.
Abraço
old-mirror.blogspot.com
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