segunda-feira, maio 28, 2007

O sapo

Ao longo dos anos é recorrente apontarem-me que dizer a primeira coisa que me passa pela cabeça não é muito positivo. Normalmente seguido da célebre expressão "tu és assim". Comecei a tentar ter cuidado em frente a determinadas pessoas. No meu primeiro trabalho a sério engoli sapos, parei de perguntar "porquê", trouxe bom ambiente ao grupo, mordi a língua quando ouvi as coisas mais ignorantes ("Então e não vais para a Madeira de comboio porquê?"), enviei emails todos professionais com uma única pergunta que podia ter feito directamente na mesa ao lado e no entanto a minha chefe detestava-me e fez de tudo para me afastar e passei seis meses num trabalho que detestava, num grupo de pessoas presas a um trabalho que detestam, num companhia que detestam. Agradeço a lição de vida, agradeço quererem ajudar-me e terem boas intenções mas se não se importam, deixem-me viver a minha vidinha e eu prometo não incomodar. Se o preço a pagar por ser eu própria (dentro de limites, claro! Não sou a mesma com os meus amigos e no trabalho), espontânea e sim, maluca é não trabalhar em política ou diplomacia e ter sempre uma história embaraçosa para contar, acho que há coisas bem piores. Sou demasiado nova e não sou suficientemente pobre para ser hipócrita. E detesto nunca ter mandado a minha ex-chefe para a puta que a pariu. Detesto ter sido simpática e ter dito bom dia e em vez de me sentir superior (e sim, sou muito melhor que ela) sinto-me parva. Completamente parva.

A todos com chefes filhos da puta o meu abraço amigo.

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