sexta-feira, setembro 15, 2006

revivalismo adolescente

Acabo de ver The truth about Take That no'You Tube'. Meu Deus. Parece mentira mas é verdade, há dez anos atrás os Take That estavam no topo adolescente. Eu ouvia estas músicas e falava com as minhas amigas na escola e nos treinos do basket, o meu primo Nuno gozava connosco (as miúdas) por gostarmos da banda e havia sempre video clips, singles, fotos, posters e claro, rádio e Mtv. Ai, os meninos molhados no"why can't I wake up with you?" e no "Back for good"!! E o vídeo do "Sure" que me deu vontade de dar uma festa em casa!

Claro que ver um documentário liberta muitas memórias e emoções, fartei-me de rir sozinha. Nesta altura eu também andava a ouvir o Unplugged dos Nirvana que ainda oiço; ouvia o (para mim) melhor albúm dos Bon Jovi, Keep the Faith, uma banda cujas músicas actuais me fazem mudar de canal; os Ace of Base que estão intrinsecamente ligados à minha amizade com o Vítor; Dire Straits e o "walk of life" que passava sempre no intervalo dos jogos de futebol (RTP-Madeira) ; os "wild boys" dos Duran Duran; o "what's up?" das 4 non blondes; o "river of dreams" do Billy Joel; e claro, "Black or white" do Michael Jackson; os Xutos e muitos, muitos mais...

Escolho não ter vergonha desses tempos. Se bem que prevejo algumas piadas via msn. Se formos a ver, há que desconfiar de quem não mudou de gostos musicais, de quem não tem um(a) cantor(a) ou banda que adorava e que agora finge não conhecer - o álbum Thriller do Michael Jackson foi o mais vendido na história e no entanto "ninguém" tem o álbum. - ou de quem não tem músicas que fazem os amigos rir (mas depois sabem sempre a letra). O Stephen King disse uma vez que desconfiava das pessoas que tinham gostado dos tempos do liceu (atenção, liceu americano) e optava por não ser seu amigo, para o escritor de Carrie, The Green Mile e The Shining (just to name a few), gostar dos tempos de liceu significa que foram ou muito cegos/ estúpidos ou então fizeram parte do grupo dos populares que o torturaram na adolescência.

Embora não seja comparável, a mim irritam-me pessoas sem nostalgia musical. Irritam-me menos os que não têm uma ou mais músicas que os fazem viajar no tempo, nem interessa se hoje gostam da música ou não. A música transporta-nos de volta para uma época, um dia ou um acontecimento e para alguma coisa"a memória do coração elimina as más recordações e exalta as boas" (Amor nos tempos de cólera), não é verdade? Vá, pensem lá numa musiquinha que vos lembra algo especial, algo divertido ou parvo, se puderem voltem a ouvi-la (podem sempre dizer que é o vizinho que tem a música a tocar alto) e depois digam-me se não vos soube bem. A grande parte destas bandas ou já não existe (Ace of Base, 4 Non Blondes), ou está a reunir-se (Take That) ou acabou consumida pelo sistema pop actual (Bon Jovi, Michael Jackson) e não recupera o brilho de outrora... Como QUASE sempre ficaram os melhores, Dire Straits, Duran Duran, Billy Joel etc E já viram bem o que esta gente toda, que nunca nos viu mais gordos, fez nas nossas vidas? Deram-nos memórias. Que são das coisas mais belas e simples da vida.

"We've come so far and we've reached so high, And we've looked each day and night in the eye, And we're still so young and we hope for more.

But remember this: We're not invincible, we're not invincible - No, We're only people, we're only people.

Never forget where you've come here from. Never pretend that it's all real..."

("Never forget" dos Take That, ainda e sempre no meu mp3)

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1 Comentários:

Às 8:04 da tarde , Anonymous Anónimo disse...

Foram pessoas como vocês que tornaram os meus anos de liceu tão inesquecíveis. Não era a ti que eu roubava o lanchinho e os trocos?

 

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