a escada sinuosa

Já fui mais impaciente do que hoje em dia, admito. Mas mantenho um certo brio em relação à minha impaciência (o que parece ir contra a moda actual de politiquice correcta e boas maneiras de sorrisos amarelos). Quanto mais tempo passo acordada, em frente ao computador ou a fazer conversa de circunstância mais retrocedo em termos de paciência e tolerância.

Amanhã vou a um casamento, quer dizer, não é bem um casamento: um casal amigo da minha irmã casou em agosto em França e amanhã à noite têm um cocktail para os amigos e familiares que não puderam ir em agosto. E como a "noiva" é amiga da minha irmã lá vou eu de arrasto... A minha mana claro que faz questão que eu vá. :-/ Apesar de não nos termos visto muitas vezes a minha irmã sabe que para mim vai ser um frete, então tratou de tentar convencer-me do quanto me iria divertir: começou por falar que além dos noivos (não os vejo hà cinco anos) a irmã e cunhado do meu cunhado também vão (também não os vejo há cinco anos) e, cereja no topo do bolo, as suas duas filhas também vão. Recapitulando, temos dois casais que eu vi uma vez hà cinco anos, uma criança que eu vi quando ela tinha um ano e qualquer coisa e outra que eu nunca vi porque nasceu há apenas dois anos. Isto num jantar/cocktail cheio de gente. Não sei se foi o meu silêncio descrente ou se foi o meu ar prestes a cortar os pulsos mas eventualmente a minha mana apercebeu-se de que não me estava a convencer e que repetir em inglês e francês: "vais ver, vai ser divertido." não era uma estratégia eficiente. E nesse momento epifânio olhou-me a rir, suspirou, deu-me uma palmada no ombro e disse: "não te preocupes, há sempre montes de alcóol nestas coisas."