sexta-feira, dezembro 07, 2007

Eu sou o Filipe. E o Miguelito. E a Mafalda.

Não sei quantos dos meus estimados leitores (é tão bonita a graxa portuguesa) estão familiarizados com a banda desenhada Mafalda. Talvez conheçam de nome - tanto quanto sei três dos meus amigos só ouviram falar porque tenho problemas em ficar com o bico fechado- talvez até tenham lido um livro ou outro, o certo é que até hoje conheci apenas três pessoas que gostam da BD e nenhuma, repito, nenhuma analisa a vida quotidiana com conhecimento adquirido daquelas páginas como eu. Não é possível.Lembro-me de algumas colegas na faculdade insistirem muito (mais depois da segunda cerveja) que eu era a Mafalda, a contestatária, a decidida, a que enfrenta o touro (como disse, estas conversas surgiam depois de uns copos), a casmurra, a anti-sistema etc Deixei-as falar como deixei muitos antes e depois, já perdi a conta das vezes que as pessoas afirmaram, juraram a pés juntos que eu "era assim" e "assado". Meninos, nem eu sei quem sou e luto todos os dias para não me perder em dúvidas e fazer algo da vida (o plano não funcionou exactamente como tinha imaginado em miúda: não tenho um avião privado, não viajo como o Macgyver, não sou a minha própria chefe e não sou alta e loura.). Normalmente ou calava-me ou tentava mostrar que não era assim tão simples analisar uma personalidade quanto mais com o sistema intoxicado; cada refutação minha era uma confirmação nos ouvidos delas. Não lutar contra a maré é uma lição de vida amarga mas inevitável.

Aproveito este espaço para anunciar em bold que a minha personagem preferida sempre foi o Filipe. Seguido do Miguelito e da Mafalda empatados. E depois o Gui e aqueles pobres pais neuróticos. Todos seguidos de perto por aquele gato preto que espirra e que passeia pela cidade e da tartaruga Burocracia.

O que nos traz à verdadeira razão deste post e garanto-vos que o plano inicial incluía um parágrafo e nada mais. Como todos sabem (tão sábio o meu público) o Filipe tinha uma paixão doentia pela BD particularmente pelo O cavaleiro solitário (ou solteirão como a Susaninha o chamava) e costumava passear com um chapéu de cowboy, uma pistola e com uma máscara igual à do cavaleiro solitário (uma máscara Zorro). Num desses passeios o Filipe está a sentir-se um verdadeiro cavaleiro, um herói, um cowboy... E um estúpido de um cão desata a ladrar duma varanda assustando-o. "Como é que se pode andar por aí mascarado, quando a própria coragem está de luto?" pensa enquanto arrasta os pés com o chapéu debaixo dos braços.

Pois. Ontem à noite quando regressava a casa debaixo de uma chuva irritante esbarrei com o labrador do vizinho, estendi a mão ou melhor, a ponta dos dedos que se via debaixo do casaco e deixei-o cheirar a mão e ir-se embora troteando. Continuei a andar, a sorrir e a pensar quão querido era aquele cão. Nisto avança um collie um pouco à frente do dono, sorri e o estúpido desatou a ladrar e a rosnar. Apanhei um susto e fiquei a tremer graças a uma porcaria duma Lassie. A reaccionária de Bruxelas precisa de férias.

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2 Comentários:

Às 11:58 da tarde , Anonymous Anónimo disse...

eu GOSTO!!!!!!!!!!!!!
É a minha preferida. Cá em casa líamos na cama até termos ficado fartas de repetir... O meu TODA A MAFALDA está uma lástima, todo despegado e sujo de dedadas..

 
Às 1:05 da manhã , Blogger babsy! disse...

Ok, adenda. Quatro pessoas. :D

 

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