Os espanhóis ainda e sempre...

Há duas semanas decidi ir ao médico; andava com mudanças de humor e sempre que tinha fome ficava hiper nervosa e tensa e as coisas foram piorando de tal forma que quase destruí o meu sofá (aquela mentira que nos dizem quando somos pequenos devemos esmurrar uma almofada para acalmar é muito perigosa), depois começaram as dores. E que belas dores, senhores!

Foi um bocadinho complicado encontrar médicos que não estivessem de férias e que não me obrigassem a faltar ao trabalho – acabei por usar um dia livre para ir a uma médica espanhola. Tinha de ser, não é?

A senhora foi muito simpática e acedeu de bom grado ao meu pedido de falarmos em inglês e só precisei de 10m em espanhol para isso. (Não quis arriscar não saber explicar algo em espanhol.)

Expliquei que as coisas normalmente acalmavam quando comia uma bolacha ou algo assim, que andava a digerir a comida muito mais rápido que o normal e apontei para o sítio que doía. Durante tudo isto tive de aturar o típico aceno de cabeça que os médicos e advogados têm; é um pouco como a minha avó que não quer que vá por certos sítios mas depois quer os pormenores todos.

A parte mesmo mesmo divertida foi quando ela decidiu apalpar-me a barriga; ainda não sei como não a empurrei contra a parede.

Depois explicou-me em inglês que tinha uma úlcera no estômago.

Depois do choque pensei: “cabrões dos espanhóis que nunca aprendem o inglês como deve ser!”. Mas lá tive de me resignar e ouvir a lista de coisas que não posso comer etc

A lista é tipo: evitar stress (quando estamos nervosos o estômago segrega mais ácido gástrico) , evitar fritos, não beber café ou coca-cola, nada de comida picante, diminuir o alcóol etc ou seja, não só tenho dores e fome o tempo todo como estou de castigo.