sexta-feira, dezembro 23, 2005

médico parte III e afins

Definitivamente são as pequenas coisas que dão cabo de nós. Há dois dias que a minha coordenadora anda a dizer que vinha a Valmiera, o Ingus até me disse para eu aproveitar e tratar logo da cama e despachar isso (para os que não sabem, eu tenho uma cama mas é daquelas ridículas que se usa nas férias com um colchão finíssimo), ontem falei com a minha mentora e também ela voltou a repetir que a Sarma vinha esta manhã com a família. O Ingus e a Liga foram levar a Anna ao aeroporto e aproveitam para passar o dia em Riga então pûs o despertador para poder estar vestida quando eles chegassem. Hoje mal ligo o tlm tenho uma mensagem da Sarma a avisar que chegava a Valmiera as 11h. Ok, tudo bem... Ás 11h12 abro-lhes a porta e ela diz: "Surpresa! Eu vim com a minha família." Respondi que já sabia e convidei-os a entrar. "Ah, mas como é que sabias?"...

Depois de todas as minhas aventuras e desventuras com o médico e depois de toda a gente me dizer que os médicos são muito maus e que era melhor beber chá (fartinha de chá estou eu) hoje parecia ser o dia, o milagroso dia em que ia finalmente conseguir uma consulta. Pois. A Sarma voltou a perguntar-me como é que eu estava e se tinha bebido chá e como qualquer um dos habitantes desta realidade alternativa que eu conheci, afirmou que não ia aos médicos porque não confiava neles e se não era melhor eu esperar uma semana a ver se isto passava. Com chá, claro está.

Eu ganhei coragem e perguntei se eles não diziam estas coisas todas dos médicos para assustar os estrangeiros, sabem, como os madeirenses adoram fazer com o aeroporto?... Porque se assim for, eles são muito bons neste jogo. Ah, sim enquanto tinha esta conversa, o marido e as duas crianças pequenas olhavam-me com misto de fascínio e temor e circulavam pela casa a apalpar colchões, bater em madeiras e (isto o Emil, o pequenito) agarrar uma fita métrica como um peluche.

A família foi tratar da minha cama e de mais uma cadeira para a mesa da cozinha e eu fui ao supermercado. Estavam -10 mas souberam-me lindamente comparado com os -13 e -14 de ontem. Já me sinto mais corajosa no supermercado, a experiência ensinou-me que as coisas mais perigosas não são aquelas coisas manhosas que nós não percebemos o que são, cujas tampas ou caixas tem desenhos que não têm nada a ver e que não têm nenhuma palavra ou parte duma palavra que nós possamos reconhecer ou adivinhar mas sim as marcas "ocidentais", conhecidas. Por exemplo, as batatas fritas Lays ou o chocolate Cadbury. As batatas têm muitos mais sabores do que em Portugal e só porque diz sabor a queijo não quer dizer que saiba ao que nós normalmente chamamos queijo; tem imensas ervas que eu não conheço e outras misturas com um ar nada apetitoso. Provei umas locais sem nada, só batatas e sal e estou francamente rendida. O chocolate é mais ou menos a mesma história, é preferível comprar um daqui (Laima é a marca mais popular) e descobrir algo para levar para Portugal do que comprar toda contente algo conhecido e depois ter de descobrir alguém que o queira comer...

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