sábado, dezembro 27, 2008

10.000!!!

Acabo de receber confirmação: desde que me mudei para Bruxelas o blog recebeu 10.000 visitantes. Um número impressionante. Espero que o número me acompanhe até à Tailândia em Fevereiro.

Depois das férias tentarei continuar os dois blogs mas quer-me parecer que só conseguirei fazer o "travel and notes" A ver vamos.

Espero ver-vos em breve: http://travelsandnotes.blogspot.com/

sábado, dezembro 20, 2008

Transferência de poder

Apresento-vos o meu novo blog, em inglês, na sua versão 1.1. No "travel and notes" podem acompanhar o meu regresso à Madeira e claro, as minhas aventuras na Ásia.

http://travelsandnotes.blogspot.com/

Divirtam-se e aceitam-se sugestões!

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sexta-feira, dezembro 19, 2008

É uma chatice estar de férias, realmente.

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quarta-feira, dezembro 17, 2008

Quarta-feira em Bruxelas natalícia

Não sou grande fã desta época ou de mercados em geral, contudo, gosto de pensar que sou fiel ao "em Roma sê romano" (com limites). Convido-vos a visitarem o mercado de natal da Place St Catherine, aproveitem para patinarem no gelo, andarem na roda gigante, andarem nos estranhíssimos carrosséis e para beberem a ginginha local. Diversão garantida. Orçamento: Tragam pelo menos 20e, é que também há comida à venda...

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terça-feira, dezembro 16, 2008

Regresso à Madeira

"PARA OS MEUS PUTOS A LUTAR PELA VIDA LÁ FORA SE AS FOTOS JÁ NÃO CHEGAM E EU NÃO VEJO A HORA DE VER O PEOPLE TODO, TODO O PEOPLE REUNIDO NEM QUE SEJA POR UM DIA SEM UM SEGUNDO PERDIDO"

Da Weasel, "Tás na boa".

Sábado parto para a Madeira a uma hora indecente. O blog continuará com actualizações madeirenses.

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domingo, dezembro 14, 2008

O melhor possível: música 2008

álbum: fórmula: gosto pessoal + canções (singles ou não) + álbum como conjunto + elemento surpresa/inovação + quantidade de vezes que ouvi o disco.

1.

Vampire Weekend - Vampire Weekend "A-punk", dois minutos super energéticos e felizes. Apesar de adorar a canção não esperava algo como "Cape Cod Kwassa Kwassa" ou "The kids don't stand a chance" (aquele violoncelo ao minuto 1.36...) Ganham pontos extra por lembrarem Paul Simon e Peter Gabriel. Podiam ter letras mais lógicas mas o jogo vocal ao longo do álbum compensa. Precisam urgentemente de um segundo álbum à altura a ver se o concerto não é tão curtinho.

2.

Son of Dave - 03 Em 2008 houve um regresso aos blues inesperado (ver igualmente o número 3 deste top) - pelo menos para mim - e como amante do som blues e de harmónicas não podia resistir a Son of Dave. Oiçam "Hellhound", "Old times were good times" e "Squat that rabit"(o som não é o melhor mas não há muito SoD no Youtube) O futuro do blues passa por aqui.

3.

Seasick Steve - Started Out With Nothing And Still Got Most Of It Left Uma guitarra com três cordas, uma caixa metálica a fazer de bateria e um homem com uma vida blues: fugiu de casa aos 13, foi sem-abrigo, foi cantor de rua, casou com uma norueguesa e obteve sucesso aos 60. "I started out with nothin" e "Walking man" são surpreendentemente calmas se pensarmos no seu famoso "Dog house boogie".

4.

Fleet Foxes - Fleet Foxes Outro primeiro álbum na lista, e se calhar o mais vocal (se não fosse pelo 5º lugar seria o mais calmo) e um que traz saudades de Iron & Wine. Por todo o lado é elogiado como o álbum do ano: Rolling Stone, Pitchfork etc esperemos que o sucesso não os estrague. Já tinha "postado" o "white winter hymnal", o começo de "He doesn't know why" lembra-me os anos 60 mas de uma boa maneira, "Oliver James" e outras músicas fazem-me sorrir.

5.

Dead Combo - Lusitânia Playboys Se tivesse categoria para surpresa do ano o primeiro lugar iria para os portugueses Dead Combo. Sinto-me um bocadinho mal por só os ter descoberto agora mas mais vale tarde do que nunca. Ganham pontos extra e admiração por pensarem em juntar o fado a outros géneros músicais. "Putos a roubar maçãs", Cuba 1970.

6.

Nick Cave and the Bad Seeds - Dig Lazarus dig!!! O senhor que não precisa de apresentações regressou com um single cativante e visto que cooperou com o Seasick Steve numa música Nick Cave também está no terceiro lugar.Nunca sei se fico contente ou com medo de ouvir um novo álbum de Nick Cave.Acho que essa ambivalência vende bem." More news from nowhere."

7.

Cat Power - Jukebox Razões: "New York" (recomendo uma espreitadela ao vídeo) e "Lost someone". Nesta altura na cena musical não há alguém tão bom a fazer covers como a Cat Power, torna as músicas dela e adapta-se como um camaleão.

8.

Oasis - Dig out your soul Desde os anos 90 só tiveram um álbum decente, o Heathen Chemistry por isso fiquei um pouco reticente quando ouvi falar no lançamento. No entanto, mal ouvi o álbum todo pela primeira vez recuperei um entusiasmo perdido. Só falta os Blur lançarem um novo Great Escape ou Parklife.O cd funciona bem como um todo mas há algumas músicas mais porreiras que outras. "The shock of lightning", "I'm outta time", "Waiting for the rapture", "(Get off your) high horse".

9.

Bonnie "Prince" Billy - Lie down in the light "Easy does it" e não precisei de mais para saber se o álbum valia a pena."So everyone" também encanta mas tenho perfeita consciência de que o disco não é para toda a gente.

10.

The Raconteurs - Consoler of the lonely Ainda não tive tempo para ouvir o disco como deve ser, se calhar estaria noutro lugar do top. Lembrei-me de The White Stripes logo aos primeiros segundos e realmente lá está Jack White... Para amantes de rock 'n'roll e de white stripes este disco é realmente um mimo."Salute your solution", "Old enough", "These stones will shout".

Menção honrosa:

(Não é o meu estilo mas merecem nota de destaque)

1. Buraka Som Sistema - Black Diamond

Ouvi falar neste grupo no ano passado quando uma amiga partilhou um momento Kuduro, depois vi-os no gato fedorento e um por vários blogs nacionais.Apesar de não ser fã do género dou a mão à palmatória, acho-os muito bons. "Sound of Kuduro "(o vídeo está muito simpático, claramente não sei dançar), "Kalemba (wegue, wegue) ".

Canções:

(ignorei músicas de álbuns acima mencionados):

"House of Cards" - Radiohead

"Conto de fadas de Sintra a Lisboa" - Os pontos negros

"You don't know me" - Ben Folds & Regina Spektor

"The age of understatement" - The last Shadow puppets

"Dance, dance, dance" - Lykke Li

"Fools" - The dodos

"Field of birds" - The tallest man on Earth

"Young love" - Mystery Jets.

Menção honrosa: Eu sei que tecnicamente não são de 2008 mas considerando como adoro estas músicas e a quantidade de vezes que oiço aqui vão elas (outra vez).

"He hit me (and it felt like a kiss)" -Grizzly Bear

"Plea Bargain" - Beat the Devil (entretanto a banda separou-se, snif).

"Throw it on a fire" - Bell Orchestre(com membros dos Arcade Fire).

Concertos: Son of Dave. Não apenas por ter participado activamente mas porque não é qualquer músico que consegue entreter e aquecer uma plateia de 30 pessoas. E claro graças aos solos de harmónica.

Flogging Molly não só pela energia mas também pelo público selvagem.

Prometem para 2009 ou lançamentos/descobertas tardia/os de 2008:

Baddies - "Battleships".

Everything Everything - "Come alive, Diana" e "Suffragette sufragette"

O pior de 2008:

Cavaco Silva, consegue ser ainda pior do que o esperado. O som de sacos de plástico.

Agradeço aos seguintes blogs/sites/rádios por me ajudarem a descobrir música: Sound&Vision, Rádio Radar, I guess I'm floating, I am fuel, you are friends, RCRD LBL, o programa de Jools Holland, Said the Gramophone, You tube.

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sábado, dezembro 13, 2008

Tempo parcial - Mais tempo na net

Para a semana trabalho em part-time, vou poder finalmente acabar o blog inglês e preparar a mala para regressar à Madeira. Agora a pergunta que se impõe é: quem é que tem tempo livre para brincar?

Tentações de Natal

A Assírio & Alvim está a tentar as nossas carteiras. Sempre quiseram ter uma biblioteca completa e invejável mas acham tudo muito caro? Há obras completas de Fernando Pessoa, Almada Negreiros, Al Berto e outros escritores e poetas portugueses assim como uma biblioteca de 50 volumes essenciais da literatura mundial (Blake, Céline, Whitman, Plath, Donne,Gógol, Buñel, Kafka, Goethe e muitos mais) à venda na livraria Assírio & Alvim (Rua Passos Manuel, 67-B) e no Espaço Pessoa no Largo de São Carlos nº1. Não mencionei grandes descontos? Ah pois...

Catálogo completo aqui.

Digo-vos já que se esta promoção estivesse disponível na Madeira tinha já - pelo menos - todos do Al Berto.

Notícia daqui.

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Digno de nota

Na quinta-feira voltei a sair com alguns colegas de trabalho. A maioria nem trabalha directamente comigo mas por uma razão ou outra tornamo-nos compinchas. Ao longo das seis horas de festa (sim, cheguei ao trabalho na sexta-feira de manhã mas em muito mau estado) reparei em algumas coisas, eis alguns exemplos ou coisas que aprendi:

  • Na Austrália há muitas cobras e aranhas. Toda a gente tem no frigorífico um poster que explica como agir em caso de mordida.
  • Quando perguntamos ao único francês do grupo se tinha namorada respondeu: "Depende. Sou francês."
  • Um Australiano-Italiano pegou numa sandes mista, pôs maionese no meio, sal e cheetos e só então foi capaz de apreciar a comida.
  • O mesmo Australiano-Italiano pôs mostarda no queijo que veio com as bebidas.
  • Em Bruxelas há um restaurante que só aceita pessoas sem reserva se tiverem cartão de negócios/visita. O sítio está sempre cheio porque pelo fim da refeição o restaurante transforma-se numa discoteca... com palco giratório.
  • Se uma jovem atraente sair de um carro "em marcha-atrás" ou seja, com o rabo primeiro e só depois a cabeça, ninguém está a olhar para ela. Eu olho para um, ele olha para o outro e o terceiro olha para o chão.
  • Se um francês bêbado desaparecer e for encontrado atrás de uma paragem de autocarro claramente a urinar, não está de facto a urinar, está a atender um telefonema.

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sexta-feira, dezembro 12, 2008

A fraction of the whole

Há dias apercebi-me de duas coisas:

1) da quantidade de folhas com citações de livros que tenho pelo apartamento (e se calhar mais em Portugal), chego a encher uma caixa(!)

2) que não costumo partilhar as ditas frases. Eis algumas do A fraction of the whole:

A ver se me esforço por melhorar o segundo ponto:

"We were lazy people on an adventure, flirting with life but too shy to go all the way."P.6

"(...) when you put that much effort to forget someone, the effort becomes a memory."P.9

"People don't understand me(...) it's sometimes irritating because they think they do."P.22

"(...) Anyone who says a friend of theirs hasn't changed in years just can't tell a mask from an actual face." P.23

"I feel like I took a wrong turn but went so far down the road I didn't have the energy to turn back.(...) It's never too late to turn back if you make a wrong turn. Even if it takes you a decade to backtrack, you must do it. Don't get stuck because the road back seems too long or too dark. Don't be afraid to have nothing." P.210

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quinta-feira, dezembro 11, 2008

Leitura "brilharete"

Citando o Bibliotecário de Babel (com quem concordo quando diz que A fraction of the whole devia ter ganho o Booker prize deste ano e não o The white tiger):

"A Fraction of the Whole, de Steve Toltz, é um romance ambicioso, divertido, complexo, caótico, filosófico, inventivo, transgressor, labiríntico, aforístico, quilométrico, quase sempre exasperantemente bom, às vezes genial. (...)

(...) um deslumbrante tour de force: caótico, filosófico, labiríntico, divertidíssimo e sem o mínimo sentido das proporções. Ao longo das suas 710 páginas, acompanhamos a complexa relação de Jasper Dean com o seu pai, Martin, e deste com o seu irmão, Terry (um criminoso que se torna o homem mais idolatrado da Austrália (...)). No caso desta obra, qualquer tentativa de sinopse é vã, tantas são as linhas narrativas e os «livros dentro do livro» com que Toltz vai criando um universo proliferante e agónico, em que as tragédias se sucedem e cada uma consegue ser pior do que a anterior. Ostensivamente talentoso, capaz de oscilar entre a melancolia e o sarcasmo num décimo de segundo, Toltz tem uma concepção épica da literatura, como se esta fosse um lugar onde tudo pode ainda acontecer. Se tivesse feito parte do júri, era em The Fraction of the Whole que eu votaria."Do Diário do Booker.

Posso apenas dizer-vos que não me lembro de ter ficado tão impressionada com uma obra de estreia como fiquei com A Fraction of the whole. Toltz quase que escreve demasiado bem (o palerma) e ora puxa de filósofos em quem não pensava há anos ou abana tudo com histórias de personagens que davam outros livros. Mesmo o fim do livro deixa-nos com a sensação que poderia continuar o brilharete por mais 700 páginas, ou se calhar eu é que queria continuar. Para resistir à tentação de o ler uma segunda vez ainda hoje comecei a reler o The seekers de Daniel J. Boorstin e vou encomendar A Sane Society de Erich Fromm (é referido por uma das personagens). Espero que esta não seja uma "one hit wonder" e se há candidatos a escritores por aí recomendo a lição de humildade.

Podem ler as primeiras páginas de A fraction of the whole aqui.

Amanhã partilho algumas frases/citações do livro.

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quarta-feira, dezembro 10, 2008

Direitos humanos: desde 1948

Vídeo da Amnistia Internacional que relembra os artigos da declaração dos direitos humanos:

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terça-feira, dezembro 09, 2008

Respostas musicais

As regras: "escolher uma banda/artista de eleição; responder às perguntas com títulos de canções da banda/artista escolhido."O blog "A vingança da Violeta" usou os Monty Python, o que estraga qualquer intenção que eu tinha para fazer uma piada... Vou tentar isto com o meu Elvis, Jeff Buckley.

E as perguntas (seguidas da respectiva resposta): 1) és homem ou mulher? Yard of Blond girls. 2) descreve-te: Nightmares by the sea. 3) o que as pessoas acham de ti? Forget her. 4) como descreves o teu último relacionamento: Last goodbye. 5) descreve o estado actual da tua relação: So real. 6) onde querias estar agora? Witches' rave. 7) o que pensas a respeito do amor? Grace. 8) como é a tua vida? Lilac wine. 9) o que pedirias se pudesses ter só um desejo? Lover, you shouldn't come over. 10) escreve uma frase sábia: the sky is a landfill.

Ok, agora que tentei com o meu Elvis posso tentar com alguém mais hardcore, Johnny Cash:

1) és homem ou mulher? The ballad of Barbara. 2) descreve-te: I walk the line. 3) o que as pessoas acham de ti? Like a bird on a wire. 4) como descreves o teu último relacionamento: Folsom Prison blues. 5) descreve o estado actual da tua relação: Cocaine blues. 6) onde querias estar agora? Greystone chapel. 7) o que pensas a respeito do amor? Ring of fire. 8) como é a tua vida? Ghost Riders In The Sky. 9) o que pedirias se pudesses ter só um desejo? A boy named Sue. 10) escreve uma frase sábia: Dirty old egg-sucking dog.

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segunda-feira, dezembro 08, 2008

Dedicatória

I can recite to you

the exact whereabouts

of my soul

before we met.

it was a rather tedious place.

Eric Simmons.

Mais fotos aqui.

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Monstro das bolachas na biblioteca

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domingo, dezembro 07, 2008

Música da semana

Continuo a descobrir música todas as semanas, às vezes descubro uma música nova de uma banda conhecida, sei lá um lado B de uma banda dos anos 60, uma música num cd dos anos 80 quando só conhecia os singles... E há muita banda dos anos 60,70 e 80 (mesmo 90) com talento por descobrir. Claro que há bandas a surgir todos os dias mas nem sempre são tão inovadoras como algumas de algumas décadas atrás. E ainda me acontece estar a ouvir um cd emprestado ou seguir um link em cadeia no youtube e descobrir que algures na minha memória estava aquela canção sem saber. Um pouco como ter um dejá vu musical. Quando tenho sorte as memórias musicais chegam com flashbacks da minha infância, da minha versão pequena a sorrir ou a cantorolar. Uma memória de inocência e de puro prazer com uma simples canção.

Durante anos fui conhecida como "aquela que não gosta de U2", e durante uma tarde em Lisboa ouvi uma série de singles da banda e dei por mim a gostar. Durante anos apenas gostei de "sunday bloody sunday" e cheguei a perguntar por que é que tanta gente gostava da banda. Enfim... Aconteceu-me o mesmo com os The Clash, durante anos apenas gostei do "Should I stay or should I go" e um bocadinho do "London Calling"... Há semanas ouvi "Rudie can't fail" e comprei um cd... Nunca digo nunca por causa de lições destas.

A música desta semana contém alguns dejá vus musicais, algumas músicas que não ouvia há algum tempo e novidades:

Joy Division - Love will tears us apart.

Arcade Fire - My body is a cage.

De la Soul - Eye Know.

Primal Scream - Movin' on up.

Fleet Foxes - White Winter Hymnal.

Flight of the conchords - Ladies in the world. Já sei que a série passa em Portugal, tenho muita inveja.

David Byrne - Glass, concrete and stone.

Chris Garneau - So far.

Department of Eagles - No one does it like you.

The Clash - Rudie can't fail.

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sábado, dezembro 06, 2008

Musical "prop 8"

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quinta-feira, dezembro 04, 2008

Leitura pescadinha de rabo na boca

"The future influences the present just as much as the past." Friedrich Nietzsche

Temo que se disser que o livro lembrou-me imenso de Nietzsche que ninguém o vá ler, deixem-me dissuadir-vos: se não lerem vou até Portugal e mato o vosso cão ou gato com um único tiro de espingarda. Não? ok... Descansem, o livro não é nada deprimente ou pesado apesar das várias influências e temas.

Uma história dentro de uma história dentro de uma história...

The stones gods é a primeira obra de Jeanette Winterson que leio. O nome da escritora está fortemente ligado ao Oranges are not the only fruit de 1983, a história de uma jovem que se apaixona por uma rapariga ao mesmo tempo que os seus pais a preparam para a enviar como missionária de Deus, e por isso acho que ninguém esperava uma incursão pela ficção-científica/ fantástico/existencialismo e análise político-social.

A obra de 246 páginas está dividida em três partes, sendo a primeira a mais extensa e crucial e atrevo-me a dizer a que poderia ser um livro. Como detesto spoilers vou falar apenas dessa parte.

Após guerras ridículas, ataques terroristas, poluição desmesurada e consumismo extremo o mundo ocidental entrou em crise, não há planeta para todos, o fim aproxima-se a grande velocidade. Nem tudo é mau no planeta vermelho, apesar de haver tanta poluição e radiotividade que não é possível sobreviver muito mais há conforto:"R is for Robot. There's Kitchenhand for the chores, Flying Feet to run errands or play football with the kids. (...) . There's Land-a-hand too, for the temporarily unpartnered. We have Robo-paws, the perfect pet - depending on your definition of perfect. We have TourBots, for hire when you visit a new place and need someone to show you around. We have bottom of the range LoBots, who have no feet because they spend all their time on their knees cleaning up. "P.17 As pessoas podem escolher uma idade e através de modificação genética ficar com o corpo dessa idade até morrerem. Há cidades cheias de mulheres de 24 anos e homens de 34.

Eis que um novo planeta é descoberto. Um planeta azul. Billie é enviada numa das primeiras naves juntamente com Spike, uma robot sapiens, uma robot infinitamente sábio e extremamente atraente. Durante a viagem ouve falar do planeta branco, tudo indica que no planeta branco viveram humanos ou pelo menos, humanóides. O planeta de Billie e Spike é agora o planeta vermelho devido a toda à poluição, a toda à destruição. Há tempestades de areia vermelha, criadas pelo excesso de dióxido de carbono. Durante a viagem há discussões sobre a definição do ser humano com a robot Spike a argumentar brilhantemente e de certa forma a ganhar visto que acaba por se envolver com Billie.

O planeta azul não é propriamente território virgem. Há imensa vegetação, água abundante, nenhuma poluição, e, dinossauros. (É aqui que o leitor mais distraído exclama um belo: "espera aí....") Para viver no planeta azul há que eliminar os dinossauros surge então o Capitão Handsome e desvia um asteróide na direcção do planeta. A ideia é causar estragos apenas às criaturas gigantescas, esperar que morram e voltar com uma empresa de construcção civil. Contudo o asteroide tinha outros planos, aterra mais cedo no planeta e com outras coordenadas. O Capitão Handsome acaba de condenar o planeta azul a uma longa idade do gelo...

"Perhaps the universe is a memory of our mistakes. And I shouldn't blame it all on us: there must be planets that are their own mistakes - stories that began and faltered. Stories that ended long before they should."P.106

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quarta-feira, dezembro 03, 2008

Quarta-feira em Bruxelas: lição cultural

Belgian Side Story: Flandres Vs Wallonie.

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terça-feira, dezembro 02, 2008

A falta de método

O partido de extrema-direita belga precisa de aprender e adoptar o método das testemunhas de Jeová. Pela quarta ou quinta vez recebi um panfleto a apelar pelo fim da imigração.

O último panfleto dirigia-se claramente contra os muçulmanos falando em rios de sangue em terras católicas, fim das nossas tradições seculares e claro, o facto de o nome mais comum para um rapaz em Bruxelas ser Mohamed. Uma pequena nota: os rios de sangue são quase, quase literais. Os muçulmanos não comem carne de porco e a carne restante deve ser halal (o que é permitido/da forma que é permitido), podem comer carne mas os animais devem ser abatidos de uma certa forma, ou seja, em nome de Alá. (Não sou perita na matéria por isso perdoem-me se a explicação não é muito detalhada.) Devido ao ritual os muçulmanos - de várias nacionalidades mas maioritariamente marroquinos e turcos em Bruxelas - dirigem-se ao matadouro de Bruxelas para todas as questões de carne, às terças e quintas os esgotos/restos do rio Senne ficam vermelhos. Eu sei isto porque há um museu do esgoto e é possível visitar as entranhas de Bruxelas. E não, os extremistas não mencionam o facto de os cristãos que comem carne também serem responsáveis pelo rio de sangue.

Desta vez o panfleto apela ao fim da imigração em geral. Ou seja eu e a minha gata estamos incluídas. Claro que sei que os extremistas estão mais preocupados com os marroquinos e os turcos mas não deixa de ser mau marketing e gestão de serviços, mais vale não me enviarem nenhum exemplar e oferecê-lo a uma velhinha cuja mentalidade não avançou desde o fim da guerra. Uma velhinha com gatos belgas.

Ainda me surpreendo como é possível uma minoria chatear tanto...

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segunda-feira, dezembro 01, 2008

Make love, not CO2!

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rádio madeirense

Quando era miúda tinha um rádio preto grosso como só nos anos 80 se fazia. Gravava programas de rádio para k7 e quando não havia nada de jeito ouvia as minhas músicas preferidas mas sem interrupções comerciais (não oiço rádio hoje em dia por causa da publicidade). O meu rádio não era propriamente o último modelo, herdei-o da minha mãe já em mau estado. Quando carregava no stop o botão play saltava tão alto que o podia apanhar no ar, a antena já não saía completamente e muitas fitas de cassete tive eu de enrolar graças aquele rádio preto. Contudo era um portal para outro mundo, um mundo que me fazia dançar descalça e cantar em voz alta. Ainda hoje oiço o Freddie Mercury (os Queen em concerto tocaram tanto no meu quarto...) com imagens de uma magricela aos pulos no tapete na cabeça. Em homenagem a esse rádio aqui ficam as músicas desta semana(duas delas não ouvi nesse rádio mas teriam sido perfeitas) :

Ry Cooder and The Moula Banda Rhythm Aces - Down in Mississippi. Não compreendo por que razão o Ry Cooder não é mais conhecido e apreciado.

Queen - Bohemian Rhapsody (live at Wembley'86). Não há forma de calcular as vezes que ouvi esta música.

The Police - Every breath you take (live at Montreal '83). Outra música que tocou centenas de vezes no meu rádiozinho...

'Chubby' Brown - Who the fuck is Alice? Basicamente é a canção "Living next door to Alice" dos Smokie com um "Alice? Who the fuck is Alice?" acrescentado ao refrão. Nas discotecas ninguém falha a deixa.

Rolling Stones - You can't always get what you want. Não sou grande fã dos Rolling Stones mas esta é uma grande música.

Ray Charles - What'd I say. O que seria do mundo da música sem este homem?

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